Meraj Zafar, um aprendiz de construtor de 20 anos, confessou ter matado a esposa, Arnima Hayat. Depois, ele tentou ocultar o corpo, dissolvendo o cadáver em ácido clorídrico. A jovem de 19 anos era estudante de medicina e chegou a ter medida protetiva contra o rapaz. No entanto, reatou o relacionamento pouco tempo depois.
Arnima nasceu em Bangladesh e se mudou para a Austrália com a família quando tinha nove anos. Desde pequena, ela sonhava em se tornar uma cirurgiã, sempre incentivada pelos pais.
Arnima e Meraj Zafar começaram a namorar, mas logo no início do relacionamento, ele demonstrou sinais de comportamento controlador. A família da jovem desconfiava da influência negativa do rapaz, pois ele tentava forçá-la a beber álcool e havia rumores de envolvimento com drogas. Além disso, tentou afastar a estudante dos familiares.
Quando Zafar pediu a mão de Arnima em casamento, o pai dela, Abu Hayat, hesitou e pediu para conhecer os pais do rapaz. Zafar reagiu com fúria, chegando a ameaçá-lo por telefone. O comportamento agressivo levou Abu a procurar a polícia, que emitiu uma ordem restritiva contra Zafar. No entanto, em outubro de 2021, o casal se casou em segredo em uma cerimônia islâmica privada.
vida de Arnima mudou drasticamente após o casamento. Ela parou de se comunicar com amigos e familiares e passou a viver isolada em um apartamento. Ela não deixou os estudos, tentando conciliar o curso com a violência doméstica. Amigos relataram que ela precisava pedir permissão para sair de casa e era constantemente humilhada por Zafar, que a chamava de “burra” até mesmo em público.
Ele chegou a estrangulá-la até que desmaiasse, após suspeitar que ela mantinha relações com outro homem. Grávida e desesperada, Arnima buscava uma saída. No dia 29 de janeiro de 2022, enviou uma mensagem a uma amiga dizendo que queria deixar o marido. “Eu odeio ele”, escreveu às 21h10. Foi a última vez que alguém ouviu falar dela.
Feminicídio
No dia seguinte, a mãe de Zafar ligou para a polícia dizendo que seu filho havia confessado ter brigado com Arnima e não sabia se ela ainda estava viva. Quando os policiais chegaram ao apartamento, foram recebidos por um forte cheiro de produto químico. Com o uso de roupas especiais, entraram no banheiro e encontraram a banheira cheia de ácido clorídrico com o corpo de Arnima submerso, irreconhecível devido à decomposição química.
Zafar fugiu, mas foi capturado 20 horas depois. A investigação revelou que ele pesquisou na internet se ácido clorídrico poderia queimar pele e quanto tempo um assassino passaria preso em Sydney. Ele também comprou 100 litros da substância cáustica, tentando se livrar do corpo da esposa.
Em maio de 2024, Zafar se declarou culpado. O juiz destacou que ele assassinou Arnima por asfixia e tentou dissolver seu corpo com ácido. Em dezembro do mesmo ano, ele foi condenado a 21 anos e seis meses de prisão, com possibilidade de liberdade condicional apenas após 16 anos.
Os pais de Arnima expressaram uma dor insuportável. Seu pai lamentou não poder ver o rosto da filha uma última vez devido ao ácido. Sua mãe, Mahafuza Akter, disse que trocaria tudo para poder tocar e abraçar a filha novamente. “Agora, só posso acariciar a grama sobre seu túmulo e abraçar sua lápide”, desabafou.
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