A Prefeitura de Natal através da Secretaria Municipal de Meio
Ambiente e Urbanismo (Semurb) deu início à retirada dos rodolitos espalhados
pela engorda da praia de Ponta Negra. O serviço foi iniciado pela MB
Construções e Serviços Ltda, vencedora de uma licitação realizada pela Prefeitura,
na noite desta quinta-feira (27).
Segundo o titular da Semurb,
Thiago Mesquita, os cerca de 4,6 quilômetros de aterro hidráulico da praia de
Ponta Negra passarão pelo serviço de remoção dos rodolitos. “Esse equipamento
retira uma lâmina entre 10 a 20 centímetros de areia. Essa areia vem para uma
esteira. Essa esteira lança os rodolitos, os materiais mais sólidos, para um
local de armazenamento e libera a areia para o aterro hidráulico”, explicou.
O serviço de limpeza na
engorda de Ponta Negra está previsto para ser realizado durante oito meses o
que representa um total de R$ 536 mil ao final dos trabalhos de forma a
conservar a área limpa e livre dos rodolitos surgidos após a engorda. Dentro
deste trabalho, a limpeza acontece em um processo mecanizado.
Ou seja, com uso de uma
máquina saneadora para remover materiais calcários da areia, resíduos sólidos
além de matéria orgânica a uma profundidade chegando até 20 cm. A ideia é que o
trabalho seja realizado no horário das 18h às 5h todos os dias.
O processo de contratação da
empresa para remoção dos rodolitos e fragmentos calcários foi iniciado nas
últimas semanas após a conclusão das obras da engorda de Ponta Negra, com um
aterro hidráulico que ampliou a faixa de areia em 100m na maré seca e 50 m na
maré cheia. A empresa vencedora foi a M. Construções e Serviços LTDA.
No termo de referência para
viabilização do processo de contratação da empresa, a Secretaria de Meio
Ambiente e Urbanismo (Semurb) reconheceu que os rodolitos comprometem a
segurança dos banhistas, a estética do local e a acessibilidade da praia.
Segundo a Semurb, os rodolitos
são fragmentos esbranquiçados formados por algas marinhas calcárias, que
habitam o fundo do oceano, desempenhando importante papel ecológico como
habitat para diversas espécies e na formação de sedimentos marinhos, informa a
empresa Caruso, responsável pelo monitoramento ambiental da obra.
Segundo a mestre em Engenharia
Ambiental e Oceanografia, Dayane Dall’Ago, da Caruso, que monitora os aspectos
ambientais da obra, apesar de sua aparência, eles não são organismos vivos, mas
restos de algas que, ao perderem vitalidade, tornam-se rígidos e brancos devido
à precipitação de carbonato de cálcio. A ocorrência desses fragmentos na faixa
de areia pode estar associada às obras de engorda, que utilizam sedimentos
extraídos de depósitos marinhos.
Durante o processo de
dragagem, os rodolitos podem ser coletados junto ao material arenoso e,
posteriormente, transportados para a praia. Fatores como ondas e correntes
marinhas contribuem para sua redistribuição, resultando em sua aparição
temporária na superfície da faixa de areia.
A obra da engorda de Ponta Negra resultou na ampliação da faixa de areia ao longo de 4,6 quilômetros da orla, iniciando na Via Costeira até o Morro do Careca. Ela foi apontada pela prefeitura como principal intervenção contra a erosão sofrida pelo avanço do mar contra o calçadão e Morro do Careca. Os trabalhos foram iniciados em 20 de setembro de 2024, às 23h, quando a draga começou a depositar os primeiros 2 mil metros cúbicos de areia. A Prefeitura considera que a engorda breca o avanço do mar na praia.
Registe-se aqui com seu e-mail
ConversãoConversão EmoticonEmoticon