O presidente da Câmara Municipal de Felipe Guerra, Max Iran de Morais (PP), precisa explicar os gastos que ele autorizou no período de recesso e que não se justifica. O defato.com recebeu informações, sustentadas por dados do Portal da Transparência, que a Casa Legislativa bancou um gasto com combustíveis fora da realidade, justamente no mês de janeiro que não teve atividades.
A Câmara gastou R$ 2.056,82 para abastecer seu único veículo com 317,41 litros de gasolina no posto Caripina Combustíveis LTDA. Essa quantidade de combustível permitiria percorrer entre 3.170 km a 3.804 km, o equivalente a uma viagem até Caracas, capital da Venezuela.
Além do alto consumo de combustível, o veículo passou por manutenções durante o recesso, gerando um custo adicional de R$ 6.205,00 em dois pagamentos feitos à empresa L E Pneus LTDA - EPP, localizada em Mossoró-RN. No total, os gastos apenas com o carro da Câmara durante o período de recesso chegaram a R$ 8.261,82.
Diante desses números, surgem perguntas inevitáveis:
- Se a Câmara estava em recesso, para onde esse veículo rodou tanto?
- Por que a necessidade de uma manutenção tão custosa justamente quando não havia atividades parlamentares?
- Há comprovação documental e detalhada dos trajetos percorridos e dos serviços realizados?
Essas dúvidas não são meramente administrativas. Elas tocam diretamente no princípio da moralidade e economicidade, previstos no artigo 37 da Constituição Federal, que exige que a administração pública atue com transparência e responsabilidade na aplicação dos recursos públicos.
Mais gastos
Os gastos não param por aí. Já em fevereiro de 2025, logo no retorno das atividades legislativas, a Câmara autorizou diárias no valor total de R$ 4.500,00 para os vereadores Ronaldo Luciano da Costa Júnior, Paulo Guilherme Gurgel Cardoso, Márcio Rodrigo da Silva Morais, Genilson Santana de Nogueira e o próprio presidente Max Iran de Morais. Cada um recebeu pelo menos R$ 900,00 para uma viagem de apenas um dia e meio à capital Natal-RN.
Dado que Felipe Guerra fica a pouco mais de 350 km de Natal, a justificativa para esse gasto se torna ainda mais frágil. Se somarmos os gastos com o veículo da Câmara durante o recesso e essas diárias logo no início do ano, o cenário levanta suspeitas que merecem apuração dos órgãos de fiscalização e controle.
A população de Felipe Guerra tem o direito de saber como seu dinheiro está sendo gasto e se esses recursos estão sendo utilizados de forma justa e eficiente. Diante da falta de explicações detalhadas por parte da Câmara Municipal, a situação exige uma investigação aprofundada por parte do Ministério Público, Tribunal de Contas e demais órgãos de controle para garantir que a transparência e a responsabilidade fiscal sejam cumpridas.
O presidente da Casa Legislativa, Max Iran de Morais, terá que explicar esses números e apresentar justificativas concretas. Caso contrário, a gestão da Câmara poderá enfrentar consequências legais e políticas, especialmente em um momento em que a população está cada vez mais atenta à correta aplicação dos recursos públicos. Jornal de Fato
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