A Polícia Federal faz buscas
nesta quinta-feira (19) em endereços ligados a assessores dos deputados
federais Carlos Jordy (PL-RJ) e Sóstenes Cavalcante (PL-RJ).
A operação, intitulada "Rent
a Car", foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)
Flávio Dino. O magistrado negou o pedido de buscas contra os próprios
parlamentares – a Procuradoria-Geral da República (PGR) também se manifestou
contra.
Ao todo, seis mandados são
cumpridos no Rio de Janeiro, em Tocantins e no Distrito Federal. Os nomes dos
assessores alvos dos mandados não foram divulgados.
Segundo a PF, agentes públicos e
empresários teriam estabelecido um "acordo ilícito para o desvio de
recursos públicos oriundos de cotas parlamentares". Para isso, teriam
usado contratos falsos com locadoras de veículos
Os indícios, segundo apurou a
GloboNews, incluem transferências "sem justificativa aparente" e o
chamado "smurfing" – aquela prática de dividir uma transferência de
dinheiro irregular em pequenos depósitos sucessivos para que a transação não
apareça no radar dos órgãos de fiscalização.
A PF apura também suposta relação
desses assessores com uma empresa já citada em investigações por fraudes em
licitação no Amazonas.
O que dizem os deputados
Por telefone, Sóstenes Cavalcante
afirmou ao g1 que ficou sabendo
dos mandados pela imprensa, e que seus advogados aguardavam para acessar o
processo.
O parlamentar disse que conversou
por telefone com Carlos Jordy, e que ambos têm contrato com a mesma locadora de
veículos – que, segundo o próprio Sóstenes, atende seu gabinete desde o
primeiro mandato (2015 a 2018).
Ainda por telefone, Sóstenes
disse que não tem "nada a temer" e que vai "esclarecer o que tem
que ser esclarecido".
Jordy subiu à tribuna do plenário
da Câmara para comentar o caso, chamado por ele de um "triste capítulo da
nossa democracia relativa".
"Eu subo aqui para comentar
esse triste capítulo da nossa democracia relativa. Mais um avanço no abuso de
autoridade por parte desse consorcio que vem governando o nosso país. Aliás, é
curioso né, sempre que tem uma crise [...] eles arrumam alguma coisa para tirar
o foco. Eles arrumam uma cortina de fumaça. E hoje, novamente estão atacando
deputados desta Casa", disse.
"Fizeram uma busca e
apreensão em assessores ligado a mim e ao futuro líder do PL, Sostenes, por um
suposto uso irregular, desvio de cota parlamentar. Assim como foi com Gustavo
Gayer, que foi também alvo de busca e apreensão por supostamente ter usado de
forma irregular cota parlamentar sem nem ter assumido como deputado. [...] E
eles alegam que a gente está usando a cota parlamentar de forma irregular no
aluguel dos nossos carros", prosseguiu.
"Não há nada de errado no aluguel dos meus carros. Segue todos os trâmites da casa, estão devidamente registrados, os contratos estão de forma legal. Nada", afirmou. g1
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