A solicitação para sacar R$ 2 milhões em dinheiro vivo feita por Dayanne Bezerra Santos, irmã da advogada e influencer Deolane Bezerra, ligou o alerta do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), em 24 novembro do ano passado.
Isso foi incluído
na investigação da Polícia Civil de Pernambuco, que culminou
na prisão de Deolane e da mãe dela, Solange Alves Bezerra Santos, em
setembro deste ano, e na investigação de toda a família pelo suposto
envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro do jogo do bicho.
O pedido para o saque, feito via
mensagens de WhatsApp, foi obtido pelo Metrópoles. As reproduções da
conversa (veja galeria abaixo) constam em um processo que Dayanne move contra o
Itaú, em que ela alega ter sido constrangida no dia em que tentou, mas não
conseguiu, realizar o saque milionário.
Primeiramente, Dayanne solicita
ao gerente para que ele reserve R$ 1 milhão para ela. O funcionário pergunta se
o montante seria “para retirar em espécie” ou se se seria transferido. Dayanne
responde: “Quero em espécie”.
“[Preciso do dinheiro] para
quinta ou sexta. Veja quando você consegue. Estou comprando um ap [apartamento]
na Anália Franco, uma cobertura, o cara quer em espécie”, explica Dayanne,
referindo-se ao Jardim Anália Franco, bairro nobre da capital paulista.
O funcionário do banco chega a
orientar para que ela faça a reserva do valor usando um notebook ou computador.
Posteriormente, a irmã de Deolane envia uma foto do monitor de um notebook,
atualizando o valor para R$ 2 milhões.
O tom amistoso da conversa muda
após o dia 24 de novembro do ano passado. Na data, Dayanne envia novas
mensagens ao funcionário do banco afirmando ter sido humilhada. “Você e aquele
outro gerente [que] me fez passar [por isso], você irá responder por isso”,
escreveu Dayanne.
Ela ainda disse que, enquanto o
gerente falava com ela sobre a pretensão de saque, o funcionário da instituição
financeira também teria falado com a polícia. Ele então responde estar com a
“consciência limpa” porque não havia agido para prejudicar Dayanne.
Renda incompatível
Na investigação da Polícia Civil,
cujo inquérito foi obtido pelo Metrópoles, é afirmado que a movimentação
solicitada era “incompatível com a renda” de Dayanne.
Além disso, relatório do Coaf,
cujo a reportagem também teve acesso, destaca que o CPF e o nome do suposto
vendedor do apartamento de luxo, indicado por Dayanne ao Itaú, não conta com
nenhum imóvel registrado em São Paulo.
“Chama atenção a movimentação a
crédito apresentada, não sendo possível atestar que a origem dos recursos [na
conta de Dayanne] seja proveniente da atividade comercial” destaca a autoridade
financeira.
Como revelado
pelo Metrópoles, com exceção da filha de 8 anos, todo o núcleo familiar da
advogada e influenciadora Deolane Bezerra é apontado pela polícia como
participante de um esquema usado para lavar o dinheiro proveniente do jogo do
bicho e de apostas ilegais.
A defesa de Dayanne não foi
localizada para comentar sobre a tentativa de saque. O espaço segue aberto para
manifestações. Metrópoles
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