Já ouviu falar em shibari? A técnica milenar japonesa ajuda não apenas a deixar a vida mais picante na cama, como também colabora com quem quer criar uma conexão intensa e profunda com a parceria.
A prática é enraizada na cultura nipônica, com origens que remontam ao hojojutsu, conhecimento marcial utilizado por samurais para imobilizar prisioneiros. De acordo com Akira Nawa, especialista em shibari, trata-se, de fato, de uma arte, indo muito além do hábito de “amarrar” o companheiro.
“Com o tempo, o shibari se transformou, evoluindo para uma forma de arte erótica e sensorial na qual as cordas não são apenas ferramentas, e sim extensões da nossa intenção, capazes de transmitir sentimentos e criar um vínculo profundo entre quem amarra e quem é amarrado”, explica Akira.
O shibari permite que os participantes explorem sensações corporais, emocionais e mentais. O foco não está apenas na estética, se estendendo para a comunicação entre os corpos envolvidos.
O que é necessário para fazer?
Para praticar o shibari, é necessário usar cordas e uma combinação de técnicas, ter conhecimento anatômico e, acima de tudo, respeito pelo corpo que você está amarrando. Akira acrescenta que cordas de juta são as mais utilizadas por serem resistentes e terem a textura ideal para esse tipo de amarração.
No entanto, é a habilidade de criar uma atmosfera de segurança e confiança que realmente define a prática. “Recomendo sempre que iniciantes busquem orientação de profissionais experientes, porque exige muito mais do que a simples execução das amarrações, é como uma dança entre controle e liberdade.”
Shibari e BDSM
Assim como o BDSM, o shibari tem como pilares o consentimento e o prazer. A técnica se encaixa naturalmente dentro das práticas de BDSM, pois envolve a dinâmica de poder e controle, central nessa cultura.
“O bondage, que é a restrição física, faz parte do B de BDSM, e o shibari leva essa prática a um nível de arte. No entanto, mais do que simplesmente restringir, explora a entrega e a vulnerabilidade da pessoa que é amarrada, enquanto a pessoa que amarra assume um papel de responsabilidade e cuidado”, salienta a mestre.
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