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* Justiça suspende inscrições no 'Minha Casa, Minha Vida' por indício de abuso de poder político e 'ilícitos eleitorais' em Assú, RN.

A Justiça Eleitoral do Rio Grande do Norte determinou a suspensão de um edital do programa Minha Casa, Minha Vida em Assu, no Oeste potiguar, até o fim de 2024. Segundo o Ministério Público, o prazo de inscrição no programa foi aberto entre esta quarta (18) e o próximo sábado (21), a menos de 20 dias das eleições, o que gera indícios de abuso de poder político e ilícitos eleitorais.

"Gerar na população humilde, a poucos dias da eleição municipal, expectativa concreta de recebimento de moradia, quando nem sequer há obras iniciadas e, portanto, previsão de entrega, configura, ao ver do Ministério Público Eleitoral, conduta ilícita e de alto grau de reprovação que pode afetar gravemente o equilíbrio do pleito", afirma o MP na ação.

Em nota, a Prefeitura de Assu informou que já foi intimada e está adotando as providências para apresentar sua defesa e recorrer da decisão.

"Ressaltamos que todas as ações administrativas referentes ao programa foram realizadas em estrita observância aos princípios da legalidade, publicidade e moralidade, conforme estabelecidos pela Constituição Federal, pelas Medidas Provisórias, e pelas Portarias do Ministério das Cidades (...) que regulamentam e orientam a execução do programa habitacional", disse o município.

Com a abertura das inscrições, o MP afirma que foi registrada intensa movimentação de pessoas para a realização do cadastramento ou para a aquisição de fichas para inscrição.

Conforme a decisão liminar, a Prefeitura de Assu deverá suspender inscrições no edital do programa Minha Casa, Minha Vida, especificamente na Faixa 1. O descumprimento configurará crime de desobediência e aplicação de multa diária de R$ 50 mil.

Segundo o MP, o caso configura ilícito eleitoral, por ofensa ao artigo 73 da lei 9.504/97. A legislação proíbe agentes públicos de “fazer ou permitir uso promocional em favor de candidato, partido político ou coligação, de distribuição gratuita de bens e serviços de caráter social custeados ou subvencionados pelo Poder Público”.

Prefeitura diz que vai recorrer

O município informou que vai recorrer da decisão e considerou que o edital atende as legislações vigentes.

"O Município de Assú reafirma que o objetivo do programa é atender à população de baixa renda com transparência e respeito às normas, sem qualquer intuito eleitoral. As atividades desenvolvidas seguem rigorosamente as diretrizes federais, e todas as etapas foram amplamente publicadas e pautadas em critérios técnicos", disse, ainda, a nota. g1

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