O advogado Cézar Bittencourt que defende o tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid afirmou, nesta sexta-feira (3), que o cliente forneceu dados à Polícia Federal sobre o vazamento de conversa dele com um interlocutor, em que reclamou das investigações da PF e de sua delação premiada, e que o levou pela segunda vez à cadeia, em março.
Alexandre de Moraes manda soltar Mauro Cid. Horas antes da entrevista coletiva convocada pelo advogado, nesta sexta-feira (3), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a liberdade de Mauro Cid.
O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), no Planalto, foi detido no dia 22 de março, pela segunda vez. A primeira foi em maio de 2023, por fraudes no registro das falsas vacinações contra covid-19 para Bolsonaro. Estava em liberdade provisória, desde setembro, quando fechou o acordo de colaboração com a PF. A nova detenção foi por suspeita de quebra dos termos do acordo.
“Ele foi ouvido novamente. Ele reconstituiu a história, relembrou o caso”, disse o advogado.
Bittencourt afirmou que o cliente é inocente e que no governo era apenas “um assessor”. “O Cid era um faz-tudo, de um modo geral, era um assessor.”
Delação
Moraes citou os depoimentos de Cid à PF, após a segunda prisão na decisão de liberdade, e as análises do material apreendido nas últimas buscas realizadas nos endereços do militar.
Cid foi preso em março por Moraes, após ser chamado para depor, um dia após vazamento de áudios, em que ele reclama das apurações da PF e da delação fechada por ele setembro de 2023, em reportagem publicada pela revista Veja.
Há suspeitas de tentativa de obstrução à Justiça, em apuração pela PF. A defesa afirmou que Cid é inocente e que não planejou o vazamento.
“De fato, após a efetivação de sua prisão preventiva, autorizei a apresentação do colaborador, no dia 9 de maio de 2024, na sede da Diretoria de Inteligência da Polícia Federal, em Brasília, para assinatura dos termos de depoimento de oitiva realizada em 11 de março de 2024.”
Moraes cita ainda um novo depoimento no último dia 26, “na sede da Polícia Federal, em Brasília, para realização das diligências complementares requeridas pela autoridade policial.” Novas buscas da PF sobre o vazamento do áudio podem ser deflagradas. SBT News
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