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* STF age para revogar decisão do ministro encantado por um bicheiro.

 Impossível que Kassio Nunes Marques, ministro do Supremo Tribunal graças a Bolsonaro, não previsse que sua decisão, a quinta consecutiva em favor do bicheiro carioca Rogério de Andrade, revoltaria a totalidade dos seus colegas – à exceção de André Mendonça, também nomeado por Bolsonaro.

Nunes Marques autorizou o mafioso a livrar-se da tornozeleira eletrônica que usava como suspeito de crimes, e da obrigação de ficar em casa todas as noites. Durante o dia, Rogério podia circular para tocar seus negócios, mas a tornozeleira e o retiro noturno o incomodavam.

Cessou o incômodo de quem é apontado por seus advogados como um exemplar pai de família, amoroso e pacífico. Nunes Marques condoeu-se dele, que no último carnaval não pôde comparecer ao Sambódromo para assistir ao desfile de sua mulher como rainha da bateria da Mocidade de Padre Miguel.

Em setembro de 2021, Rogério fora beneficiado por outra decisão de Nunes Marques, que revogou sua prisão determinada pela justiça. Três meses depois, o ministro votou para trancar a ação em que Rogério é acusado de mandar matar um rival em disputa por dinheiro.

Um ano mais tarde, Nunes Marques revogou outra prisão de Andrade – desta vez no processo que responde por crimes de homicídio, corrupção, extorsão e lavagem de dinheiro. Finalmente, em junho do ano passado, o ministro mandou soltar Gustavo de Andrade, que fora preso junto com o pai.

Bicheiro.

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