A obra de desvio que está sendo executada às margens da BR-304, em Lajes, ficou alagada após as fortes chuvas que caíram sobre a região na terça (16). Os serviços no local começaram no último dia 3, depois da queda de uma ponte instalada sobre a rodovia também por causa das fortes precipitações pluviométricas na área. No início da construção do desvio, a governadora Fátima Bezerra informou que a obra, a cargo do Dnit, iria durar 15 dias. Esse prazo não foi respeitado e uma nova previsão, para a segunda quinzena deste mês, foi fixada. Procurado nesta quarta-feira (17), o órgão afirmou que “as obras estão sendo executadas dentro do prazo previsto, mas que, em virtude da forte incidência de chuvas na região, o cronograma pode ser revisto”.
Na última segunda-feira (15), o Dnit havia informado à TRIBUNA DO NORTE que o prazo de conclusão seria na segunda quinzena deste mês, se houvesse condições climáticas para tal. A reportagem questionou se houve danos aos serviços já executados e se algo precisará ser refeito, mas o Departamento Nacional de Infraestrutura não respondeu. O órgão reforçou apenas “que está demandando todos os esforços para que a construção do desvio seja concluída até o final deste mês, caso as condições climáticas sejam favoráveis”.
A queda da ponte foi provocada pelo aumento das águas do Rio Bom Fim, após o rompimento de açudes entre Lajes e Caiçara do Rio dos Ventos. De olho nos impactos que situações como esta podem provocar, a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) prometeu para esta quinta-feira (18) a realização de serviços de readequação de reservatórios como o açude Caraúbas, em Lajes, empreendimento gerido pelo Estado e de dois outros – Barreiras e Dois Irmãos – que pertencem à gestões privadas.
As intervenções envolvem o alargamento ou rebaixamento dos chamados vertedouros (sangradouros) desses mananciais. A ideia é evitar que eles transbordem por cima da parede, o que pode ocasionar rompimentos. “São medidas preventivas, porque, com o acúmulo de chuva dos últimos dias ou com o extravasamento de barreiros menores, esses reservatórios chegaram perto de transbordar por cima da parede”, explica Gustavo Medeiros, coordenador de Planejamento e Gestão de Recursos Hídricos da Semarh.
Segundo ele, não há riscos para os equipamentos geridos pelo Estado no momento. “Nossos açudes estão seguros. Nós fazemos inspeções anuais e monitoramos todos. Mas os reservatórios particulares ficam a montante, acima dos nossos e isso pode gerar um rompimento em cadeia”, sublinha. No caso da intervenção nos dois açudes particulares, ele explica que os serviços realizados pelo Estado são para evitar que eles afetem rodovias.
Nesta quarta, Gustavo Medeiros disse que profissionais da empresa responsável pelos trabalhos nos três açudes foram aos reservatórios para analisar a questão dos acessos necessários para a máquina que irá executar os serviços. “A ideia é sair de um açude e seguir para os demais. Mas isso vai depender das condições de cada açude. Tudo poderá ser feito em um único dia ou não”, afirma Medeiros.
Já no início da semana, técnicos e engenheiros da Semarh e do Instituto de Gestão das Águas do RN (Igarn) estiveram no açude José Bandeira de Moura, em Venha-Ver, para a elaboração de um projeto de recuperação do reservatório. Durante a visita, foi realizado um levantamento e análise topográfica para entender a situação atual. As informações vão orientar o desenvolvimento do projeto de recuperação. Além disso, a instalação de réguas linimétricas permitirá um monitoramento contínuo do volume de água no açude, fornecendo dados para o planejamento de outras ações. Tribuna do Norte
Registe-se aqui com seu e-mail
ConversãoConversão EmoticonEmoticon