O
traficante Fernandinho Beira-Mar afirmou em 2019 que tinha certeza de
que milicianos e policiais estavam envolvidos no assassinato da
vereadora Marielle Franco, em 2018. A entrevista de Beira-Mar foi lembrada
nos últimos dias, depois que a Polícia Federal (PF) prendeu o ex-chefe da
Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa, e os irmãos Chiquinho e
Domingos Brazão, acusados de planejarem a morte de Marielle.
Em abril de 2019, Fernandinho Beira-Mar foi entrevistado pela TV
Record. Na ocasião, a liderança do Comando Vermelho negou que o tráfico tivesse
relação com a morte de Marielle. E completou: “Não sei em que pé está [a
investigação], porque não tenho lido mais [sobre o assunto]. Mas quando chegar
você vai escrever, vai lembrar do que estou te falando hoje. 100% de certeza
que quem está envolvido no crime da Marielle é miliciano e polícia. 100% de
certeza”, disse, de dentro da prisão.
No último domingo (24/3), a PF fez uma operação policial contra
os supostos mandantes do assassinato. Segundo a corporação, a Polícia Civil
agiu para obstruir a investigação aberta na época do crime, em combinação com
os irmãos Brazão, mandantes da execução. O principal reduto eleitoral da
família Brazão é a comunidade carioca de Rio das Pedras, área historicamente
dominada pela milícia.
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