Aos 62 anos, morreu Orlando de Oliveira Ferreira, morador de Piracicaba (SP), no interior de São Paulo, onde fez amigos e preservou as raízes nordestinas. Em vida, pediu que, no dia em que partisse, o velório tivesse forró e alegria. Não queria choro ou tristeza. Assim foi. O desejo dele foi atendido.
A sala 2 do velório do Cemitério Municipal da Vila Rezende ficou lotada na tarde desta quarta-feira (7). Do lado de fora, ainda havia dezenas de pessoas à espera para dar último adeus ao comerciante durante o cortejo.
Ao som de clássicos do forró como os de Luiz Gonzaga, Dominguinhos e, também, Falamansa, um trio de amigos homenageou Orlando.
Natural da Bahia, Orlando tinha um bar perto do Terminal da Vila Sônia, em Piracicaba, onde todos os domingos, tocava forró. Ele deixa esposa, três filhos, netos, demais familiares e amigos.
“Era bem conhecido na cidade. Todo domingo ele fazia forró lá. Ele dizia que quando ele morresse, queria que o forró tocasse no velório, que não queria verninguém chorando”, lembrou amigo policial militar reformado, Gilberto Mariano.
O velório estava marcado para começar às 22h de terça-feira (6). “Os filhos e as mulheres falaram de arrumar alguém para tocar forró no velório. Aí, foram combinando”, contou.
Por volta das 16h30 desta quarta-feira, o trio de amigos começou a tocar. Eram José Ilton Jacinto Rodrigues, o Ronaldinho do Acordeon, Paulo Alves do Nascimento, no triângulo, e José Maria da Silva, na Zabumba.
A música não parou até a reza do Pai Nosso antes do cortejo seguir pelas ruas que dariam ao túmulo onde o corpo de Orlando foi enterrado.
“É uma coisa inusitada, diferente. [Era uma pessoa] sempre alegre, cara. Foi uma perda…. Faz muito tempo [que eu conhecia ele]. Frequentava [o bar] também. Faz anos [que tinha o bar]. Era uma pessoa alegre, bem extrovertida, de bem com a vida, com a família, que inclusive trabalhava com ele. Era um bar familiar. Ele, os filhos e a esposa”, comentou.
Um dos filhos de Orlando, Alexandre dos Santos Ferreira, garantiu que ele nunca gostou de tristeza.
“Sempre no lugar onde ele chegava, ele animava. E esse pessoal que toca forró eram amigos deles. E ele não queria tristeza no velório dele, queria alegria. Ele falava: ‘quero que vocês vão lá e bota pra tocar forró, não deixar nada de comer e beber faltar’. Ele sempre foi muito alegre. Todo velório que ele ia, ele gostava de animar. Generoso, carinhoso. E ele era muito generoso, até demais. Tirava da boca pra dar pros outros”, descreveu. Informações do g1
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