Para Gilmar
Mendes, ministro do Superior Tribunal Federal (STF), as declarações feitas
pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre uma minuta do suposto
golpe de Estado – ou “estado de sítio” –, que seria decretado em 2022, parecem
uma confissão de que ele sabia da existência do documento.
As falas de Bolsonaro às quais Gilmar Mendes se refere foram
ditas durante ato convocado pelo ex-presidente na Avenida Paulista, no último
domingo (25/2). No evento, o Bolsonaro negou a tentativa de golpe e comentou
sobre o documento encontrado pela Polícia Federal (PF).
“Agora o golpe é porque
tem uma minuta de um decreto de estado de defesa. Golpe usando a
Constituição?”, questionou Bolsonaro na data. Em outro momento, o ex-presidente
disse: “O Parlamento que decide se o presidente pode ou não editar um decreto
de estado de sítio”.
Gilmar Mendes foi
questionado pelo jornal Estadão se via a declaração como uma confissão. “Parece
que sim. Que todos sabiam”, afirmou o ministro. Em avaliação do ministro, o
ex-presidente teria saído de uma situação de “possível autor intelectual para
pretenso autor material” da tentativa de golpe de Estado.
Sobre o ato
convocado por Bolsonaro, Gilmar Mendes afirmou que a manifestação
parece ter o objetivo de mostrar apoio público. “Temos esses dados e, por isso,
talvez ele decidiu fazer esse movimento, para mostrar que tem apoio popular,
que continua relevante na opinião pública. Isso não muda uma linha em relação
às investigações, nem muda qualquer juízo ou entendimento do STF”, disse o
ministro.
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