A
devassa feita pela Polícia Federal na conta bancária de Jair
Bolsonaro com autorização do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo
Tribunal Federal, levou à abertura de uma nova e importante frente nas
investigações que envolvem o ex-presidente.
Ao mapear as transações dos últimos meses, os investigadores
constataram que uma parte dos cerca de R$ 17 milhões que Bolsonaro recebeu de apoiadores
via Pix no ano passado já saiu das contas dele.
Chamou a atenção o fato de o dinheiro, em boa medida, ter ido
parar em contas de advogados do ex-presidente.
Essas transferências causaram estranhamento porque,
teoricamente, esses advogados estariam sendo pagos pelo PL — não haveria
motivo, portanto, para Jair Bolsonaro, na pessoa física, fazer pagamentos a
eles.
Como tem sido comum nas investigações que envolvem o
ex-presidente, nas quais a cada etapa surgem elementos que acabam levando a
novas suspeitas que precisam ser apuradas, agora há mais uma frente de trabalho
na PF com
potencial de encrencá-lo.
As transações envolvendo os milhões arrecadados por Bolsonaro
entre apoiadores estão sendo minuciosamente mapeadas. A ideia é seguir o
caminho do dinheiro.
Uma das hipóteses de investigação envolve a possibilidade de os
valores terem sido transferidos a terceiros para, em seguida, voltarem de
outras maneiras para integrantes da família de Bolsonaro.
Nesse caso, a depender do que surgirá nas próximas etapas da
apuração, o ex-presidente pode até ser enquadrado por lavagem de dinheiro.
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