Mais de cem pessoas morreram nesta quinta-feira (29) durante uma
distribuição de comida e ajuda humanitária na Faixa de Gaza, segundo o Ministério da Saúde local,
controlado pelo Hamas.
O governo do Hamas acusou
soldados israelenses que intermediavam a distribuição de haver disparado contra
a população do território palestino.
Oficialmente, Israel não
confirma que os soldados abriram fogo.
Uma autoridade do governo de Israel disse à agência de notícias Reuters, sob
condição de anonimato, que as tropas israelenses dispararam diversas vezes
porque os soldados teriam se sentido ameaçados. O "New York Times"
publicou um relato semelhante, também sem revelar a identidade da autoridade
israelense. A agência de notícias Associated Press afirma, com base em
testemunhas, que soldados israelenses atiraram.
Em um comunicado, as forças de Israel afirmam que dezenas de pessoas foram
feridas com o empurra-empurra e pisoteamento que ocorreu quando os palestinos
tentavam pegar itens de ajuda humanitária dos caminhões.
Os israelenses não falaram nada sobre as acusações dos palestinos.
Em comunicado, as Forças
Armadas de Israel negaram a acusação e afirmaram que as
mortes ocorreram em decorrência da correria produzida por uma multidão que cercou caminhões de ajuda
humanitária.
"Esta manhã, caminhões de ajuda humanitária entraram no norte de
Gaza, os residentes cercaram os caminhões e saquearam os mantimentos entregues.
Como resultado dos empurrões, correria e atropelamentos dos caminhões, dezenas
de habitantes de Gaza foram mortos e feridos", disse o comunicado.
Segundo o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, 104 pessoas morreram e 760 ficaram
feridos com o episódio. O porta-voz do ministério, Ashraf Al Qudra, disse que o
massacre ocorreu na rua Al Rashid, uma das principais de Faixa de Gaza e onde a ajuda humanitária a
moradores tem sido distribuída.
Em comunicado, a Casa Branca disse que considera o caso
"um incidente sério" e afirmou que irá investigá-lo. O presidente Joe Biden afirmou que as
mortes dificultam que o Hamas e Israel cheguem a um acordo de cessar-fogo.
A secretaria-geral da ONU condenou o incidente e disse que os civis
na Faixa de Gaza precisam
de ajuda urgentemente.
30 mil mortos
O episódio ocorreu no dia em que o número de mortos na Faixa de Gaza desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, em 7 de outubro, passou da marca de 30 mil
pessoas, de acordo com balanço do governo local, controlado pelo
grupo terrorista.
O levantamento não separa a morte de civis e de integrantes do Hamas e e de outros grupos terroristas. g1
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