São Paulo — O nome de um antigo líder do do Primeiro Comando da Capital (PCC) Wagner Ferreira da Silva, o Cabelo Duro, voltou ao noticiário esta semana após a prisão de Karen de Moura Tanaka Mori, viúva do criminoso. Karen, 37 anos, conhecida como Japa, herdou os negócios do marido e atuava na lavagem de dinheiro da facção.
Japa foi detida nessa quinta-feira (8/2) em São Paulo. Com ela, os policiais apreenderam mais de R$ 1 milhão, além de 50 mil dólares (R$ 250 mil).
A importância de Japa no PCC pode ser medida pelo histórico de Cabelo Duro: sua morte, em fevereiro de 2018, foi um dos capítulos mais importantes da história recente da organização criminosa.
Guerra interna
Segundo investigações da época, o criminoso, então com 32 anos, era líder da facção na Baixada Santista e se envolveu em uma guerra interna, marcada por traições e disputas de poder. A disputa causou mudanças na alta cúpula e até pôs em xeque a liderança de Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola.
Investigadores afirmam que Cabelo Duro foi morto por vingança após se envolver diretamente na emboscada contra dois líderes históricos do PCC: Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca.
Homens de confiança de Marcola, Paca e Gegê eram da Sintonia Geral Final, a mais alta cúpula da facção, passavam férias no Ceará e seriam levados de helicóptero para a Bolívia, onde ficariam escondidos. A aeronave emprestada para a missão era de Cabelo Duro.
Minutos após a decolagem, o helicóptero pousou em uma clareira aberta dentro de uma reserva indígena em Aquiraz, na Grande Fortaleza. Lá, Gegê e Paca foram mortos a tiros.
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