Águas cristalinas, mar calmo, dunas e falésias. O município de Icapuí, no Ceará, mantém um litoral mais calmo e menos
concorrido, diferente das badaladas praias de Canoa Quebrada e de Jericoacoara,
o que o torna um dos destinos litorâneos mais paradisíacos do estado, com
praias bonitas e tranquilas. O problema, porém, é que por conta da erosão
litorânea, este cenário de calmaria pode acabar.
Desde a década passada, o município cearense, localizado na divisa com o
Rio Grande do Norte, tem registrado episódios cada vez mais
frequentes e mais fortes de destruição causada pela força do mar. Das 14 praias de Icapuí, pelo menos 6 possuem estágios avançados
de erosão que obrigaram moradores e poder público a realizar obras
de emergência para conter o avanço do mar.
A lista de prejuízos é extensa. Há casas danificadas, pescadores
impedidos de zarpar, pousadas fechadas e hospedagens canceladas. Dezenas de
famílias foram obrigadas a se mudar, e até mesmo uma escola precisou ser
demolida após o mar avançar sobre o prédio.
No último dia 10 de janeiro, uma forte ressaca do mar na Praia da Peroba
destruiu passarelas de madeira, cercas de contenção, arrastou sacos de areia,
destruiu parte das dunas sobre as quais estão erguidos casas e hotéis e deixou
descobertos os alicerces de construções, agora ainda mais expostos às
intempéries do mar.
“Realmente a gente teve um prejuízo muito grande com o avanço dessa
última maré. Ela quebrou todas as contenções na frente e passou pra pegar parte
da casa”, conta Israel Santos, presidente da Associação de Moradores da Praia
da Peroba (AMP).
Com o mar revolto avançando sobre o
continente, Francisco Pereira precisou alterar o ponto de partida do seu barco
para conseguir se lançar às águas em busca do sustento. Agora, em vez de sair
da Praia da Peroba, onde vive, ele se desloca a uma comunidade vizinha, onde
vive sua irmã, e de lá vai ao mar. g1
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