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* Jaime Calado ataca João Maia e menospreza liderança da governadora Fátima Bezerra.

 Líder do PSD no Rio Grande do Norte, o secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Jaime Calado, afirmou nesta quarta-feira (17) que vê com naturalidade o fato de o PSD e o PT caminharem para estar em palanques opostos em várias cidades potiguares nas eleições de 2024.

Ex-prefeito de São Gonçalo do Amarante, Jaime declarou que é um “aliado” da governadora Fátima Bezerra (PT) e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas não um “subordinado”. Ele citou que PSD e PT deverão ser adversários em cidades importantes, mas estarão juntos em várias outras. E pediu respeito às decisões do seu partido.

“O nosso PSD não tem federação com nenhum partido. É um partido de centro e pode ter aliança num município com a direita, noutro município com o centro e noutro com a esquerda. A sociedade é assim, plural. Eu vejo as pessoas que querem fazer a intriga mostrando os 6 maiores municípios onde a gente está em palanque diferente. Agora, e os outros 30 em que a gente está junto?”, afirmou Jaime, em entrevista à Rádio Cidade.

Uma das cidades onde PT e PSD deverão ser adversários é justamente São Gonçalo do Amarante. Jaime Calado é pré-candidato a prefeito e deverá enfrentar Eraldo Paiva (PT), que vai disputar a reeleição.

Para aplainar as críticas de que está “traindo” o governo, o secretário citou exemplos de prefeitos filiados ao PSD que apoiaram a reeleição de Fátima em 2022, como Marianna Almeida (Pau dos Ferros) e Júlio César Câmara (Ceará-Mirim). Além disso, citou casos em que o grupo político dele foi adversário do PT em 2020.

“É respeito. Isso é uma aliança. Não se trata aliado como subordinado. A presidente do PSD é a senadora Zenaide Maia. Ela respeita a governadora Fátima, e a governadora respeita a senadora. E é assim que a gente vai fazer”, enfatizou o secretário.

Marido da senadora Zenaide Maia, presidente do PSD no RN, Jaime Calado acrescentou: “Nós não queremos inventar a roda. Nosso pensamento é esse. O PSD tem uma missão nacional de tentar trazer a política para o centro. Em nenhum lugar do mundo as extremas deram certo. As mais duradouras foram Hitler e Mussolini. As outras nem aquele tempo ficam. Por isso temos alianças e temos um olhar do jeito que a sociedade é: heterogêneo. Nós respeitamos todos e não tratamos aliados como subordinados”.

Para 2024, a meta do PSD, segundo Jaime, é ter candidaturas competitivas para o Executivo em mais de 30 cidades.

Jaime Calado rebate João Maia: “Gosto do poder, mas não vendo a alma”

Na entrevista, Jaime Calado também rebateu declarações do deputado federal João Maia (PP), seu cunhado. Em entrevista à mesma rádio na semana passada, João declarou que Jaime Calado não apoia a reeleição do prefeito Eraldo Paiva (PT) em São Gonçalo do Amarante porque “gosta do poder”.

O ex-prefeito alfinetou o cunhado e registrou que João Maia não foi oposição nos últimos governos, se mantendo como aliado dos presidentes Michel Temer (MDB), Jair Bolsonaro (PL) e Lula (PT).

“Foi dito aqui que eu gosto de poder. Gosto. Quem é o político que não gosta de poder? Não é político. Agora, tem uma diferença. Eu não vendo minha alma pelo poder. Nos últimos anos eu e Zenaide fomos contra o governo Temer. Rejeitamos cargos e tudo. Fomos contra também o governo Bolsonaro. Não tivemos nenhum cargo. Quem gosta de poder é quem fica em todo governo. É quem gosta mais. Quem fica no poder em qualquer governo não pode estar criticando alguém porque gosta do poder”, declarou Jaime Calado.

Em outro trecho, o ex-prefeito assinalou que gosta mesmo do poder, mas que não “vende a alma” por isso.

“Não nego para ninguém. O político que disser que não gosta do poder está mentindo explicitamente. Agora, depende do que você precisa do poder. Se é pra servir ao povo ou se é para se servir do poder. Essa é a diferença. Eu não nego que gosto do poder. Agora, não vendo a alma por isso. Mais da metade de minha vida foi na oposição. Não gosto. Quem gosta de ficar na oposição, de perder? Mas, se for para vender a alma, prefiro ficar na oposição”, finalizou.

Pense num secretário viu dona Fátima.

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