O pai adotivo de dois meninos, atualmente com 13 e 15 anos, promoveu os abusos sexuais dos próprios filhos desde que os adotou, há cerca de sete anos, segundo investigações da Polícia Civil de Barueri. O homem, que é cadeirante e cuja identidade não foi informada, estava foragido até a publicação desta reportagem.
Como revelado pelo Metrópoles, um vídeo no qual um enfermeiro (foto em destaque) abusa sexualmente de um garoto de 9 anos, em 2019, ajudou a polícia a descobrir um esquema sórdido de pedofilia organizado pelo pai adotivo da criança.
O profissional da saúde José Aparecido da Silva, de 48 anos, foi preso em cumprimento a um mandado de prisão temporário, expedido pela Justiça, por volta das 6h30 de segunda-feira (11) em São Vicente, no litoral paulista. A defesa dele não foi encontrada. O espaço segue aberto para manifestações.
Investigações da DDM de Barueri identificaram José como o homem que mantém relações sexuais no vídeo com a criança, a qual atualmente está com 13 anos e sob os cuidados do Conselho Tutelar.
O registro e a direção das cenas de sexo foram feitos pelo pai da vítima, que a adotou juntamente com o irmão, dois anos mais velho, há cerca de sete anos.
A prisão do enfermeiro resultou da quebra do sigilo telefônico do pai do garoto, contra o qual há um mandado de prisão temporária, de 30 dias, em aberto.
Abusos com supervisão
O cadeirante adotou os dois irmãos, em Mauá, região metropolitana, quando ambos tinham 6 e 8 anos. Na ocasião, o homem mantinha um relacionamento de mais de dez anos com um companheiro, o qual desconhecia os abusos, como foi constatado em investigações da Polícia Civil de Barueri. O relacionamento de ambos acabou há cerca de um ano.
Após as adoções, feitas legalmente, a família mudou-se para São Roque, cidade onde as crianças teriam sido abusadas sexualmente, por terceiros, sob a supervisão do pai cadeirante. Ele se aproveitava das ausências do companheiro, em viagens por exemplo, para produzir conteúdo de pornografia infantil com os próprios filhos, como mostram as investigações da DDM.
Isso durou até 2019, quando a família se mudou para Barueri e o filho mais velho foi morar com um parente, fora de São Paulo.
A vítima de 13 anos foi acolhida pelo Conselho Tutelar de Barueri no final de setembro, após ser encontrada na rua tarde de noite suja, descalça e com fome. O garoto afirmou aos conselheiros que não pretendia voltar para casa, onde acrescentou ter sofrido violência física e psicológica por parte do pai cadeirante.
A reportagem apurou que, até o momento, há três inquéritos policiais instaurados para investigar os crimes atribuídos ao pai adotivo, cujo paradeiro ainda é desconhecido.
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