O Rio Grande do Norte está no centro de uma disputa sangrenta onde o crime organizado tenta impor as regras e conquistar território. Nos últimos meses, a crescente onda de assassinatos tem assustado moradores de pequenas cidades do interior e intrigado a polícia. Mas, a que se atribui tantas mortes? A briga entre organizações criminosas pode ser uma das explicações mais óbvias.
Há cerca de dois meses o sinal de alerta foi ligado e partiu de um pavilhão do presídio de Alcaçuz. No dia quatro de setembro, membros de uma facção criminosa daqui do estado teriam descoberto que outros integrantes do grupo estariam planejando executar algumas lideranças da própria facção, para dessa forma, assumirem o controle do tráfico de drogas em pontos estratégicos em Natal e no interior do RN.
O plano tinha data marcada para execução: dia 27 de novembro. E dessa forma estaria lançada oficialmente a terceira facção criminosa do Rio Grande do Norte. O rompimento entre os membros da facção potiguar levou pouco mais de um mês para chegar às ruas, e foi divulgado em um aplicativo de mensagens. No texto, a organização criminosa, com origem no Rio Grande do Norte, afirma que um dos integrantes “passou por cima da hierarquia maior, então a guerra só está começando”.
Na mensagem, a facção afirma ainda que a qualquer momento a guerra vai começar, e que está esperando apenas a ordem de dentro do presídio. Segundo o juiz da primeira Vara de Execuções Penais, Henrique Baltazar, integrantes da facção criminosa do Rio Grande do Norte não aceitam as lideranças de uma organização que surgiu no Rio de Janeiro e que tem ramificação em todo o país.
Ainda de acordo com o juiz, essa disputa por território e a criação de uma nova facção criminosa no estado, poderá causar muitas mortes. “Se realmente se confirmar esses indicativos, eu temo que possam ocorrer mortes, muitas mortes porque o RN não aceitaria ser controlado. Não aceitaria e haveria uma guerra entre esses que subordinariam a facção nacional com essa facção local”, explica Baltazar
Logo após o rompimento do grupo, siglas do que seria a terceira organização criminosa do estado teriam sido pichadas em vários imóveis na cidade de São Tomé, distante 115 quilômetros de Natal. O setor de inteligência da secretaria estadual de segurança já havia descoberto o plano. Na semana passada, a equipe da delegacia de Macaíba conseguiu apreender explosivos e outros materiais que poderiam ser utilizados em ataques.
Para o delegado Cidorgeton Pinheiro, o estado já conseguiu identificar os fundadores do que seria a nova facção e alguns já estão presos. “Não há uma consolidação da existência dessa facção criminosa, o que temos é que houve uma divergência entre os seus líderes daquela já estabelecida. Esses dissidentes estariam determinados a criar uma nova organização criminosa com a atuação no Estado para rivalizarem em si, bem como de uma outra, que é do Estado de São Paulo. Nós não temos nada de concreto ainda quanto realmente a fixação deles de forma mais organizada. Há essa intenção e nós iremos combater”, falou Pinheiro. Com informações Ranilson Oliveira
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