O governo extremista de Israel, liderado pelo premiê Benjamin Netanyahu, parece mesmo disposto a afrontar o Brasil de todas as formas pela posição do país de condenar o massacre de dezenas de milhares de civis palestinos na Faixa de Gaza, realizado pelas forças militares do Estado judeu.
Nesta quarta-feira (8), como se realizasse a mais natural das ações diplomáticas, o embaixador israelense no Brasil, Daniel Zonshine, foi se reunir com o ex-presidente extremista Jair Bolsonaro (PL) e com uma patota de deputados federais e senadores de extrema direita, dando inclusive tom de ato oficial para a reunião. A justificativa foi apresentar supostos “vídeos exclusivos” de ações do grupo radical palestino Hamas, ainda que proibindo a realização de qualquer foto ou vídeo dos tais conteúdos.
Zonshine, um extremista reacionário não assumido que age com cinismo ao salientar um comportamento estritamente diplomático que não tem, vem sendo repetidamente ignorado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Furioso com a decisão da nação brasileira de condenar o massacre de dezenas de milhares de civis palestinos na Faixa de Gaza, o embaixador tem cada dia mais se aproximado das figuras mais escatológicas da extrema direita brasileira, como os deputados federais Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Nikolas Ferreira (PL-MG), Carla Zambelli (PL-SP) e Julia Zanatta (SC).
Até o momento, o Itamaraty e o Palácio do Planalto não se manifestaram em relação à atitude do embaixador de Israel, visto amplamente como uma afronta sem precedentes por aqui, uma vez que, como representante de um governo instituído, Zonshine tem que se reportar às autoridades constituídas da nação onde está lotado, em vez de procurar adversários políticos derrotados nas urnas pelo presidente Lula (PT) para fazer gestos provocativos.
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