A conselheira Yara Lins, primeira mulher a assumir a presidência do Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM), denunciou nesta sexta-feira (06) que sofreu agressão de um colega conselheiro durante a eleição que definiu seu retorno ao cargo.
Segundo Yara, o conselheiro Ari Peixoto a chamou de “safada” e “cachorra”. O caso foi registrado na Delegacia Geral do Amazonas.
“Não está aqui a conselheira, está aqui uma mulher que foi covardemente agredida no Tribunal de Contas, dentro do plenário antes da eleição, para me desestabilizar. Eu fui cumprimentar o conselheiro Ari e disse ‘bom dia’, e ele disse ‘bom dia nada, safada, puta, vadia. E me ameaçou dizendo ‘Eu vou te fuder”, disse Yara, durante coletiva Yara.
“Então eu acredito na justiça de Deus. Acredito na imprensa do meu Estado e nas autoridades do meu Estado e do Brasil. Eu peço justiça. Porque eu sou a única mulher. A única conselheira do tribunal que representa as servidoras da minha instituição. Eu não aceito ameaças. Eu quero que a justiça puna o agressor para que acabe com a violência contra as mulheres. Fui agredida dentro da minha função. Depois que eu fui agredida eu fiquei paralisada e passei a mão no rosto dele e disse que ‘ele era um infeliz e por isso que sofre tanto’ e ele sarcasticamente jogou um beijo para mim. Depois na sessão, na minha fala, eu agradeci a Deus dizendo que tudo ‘posso naquele que me fortalece que eu só temos a Deus, não temo a homem e nem a ameaça’ e ele gritou da tribuna AMÉM”, disse ela.
A conselheira também afirmou que sofreu misoginia durante a votação que a elegeu. “Fui atacada por ser mulher e por ter vencido a eleição”, disse.
O atual presidente do TCE-AM, Érico Desterro, disse que não estava presente na sessão que elegeu Yara Lins. Ele destacou, ainda, que não recebeu comunicação ou solicitação sobre o assunto.
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