-

* VÍDEO: Ex-integrante do PCC expõe como tudo funciona dentro da facção criminosa em vídeo no TikTok.

 Um homem de 31 anos, conhecido como ‘Frank’, está utilizando as redes sociais para afirmar que já foi membro do Primeiro Comando da Capital (PCC) e está produzindo vídeos no Tik Tok com o intuito de mostrar o funcionamento interno da facção. Nesta segunda-feira (16), um de seus vídeos viralizou nas redes sociais.

Ele alega estar atualmente vivendo sob ameaça de morte por parte da facção e se mantém escondido. Frank diz que o objetivo dos vídeos é alertar os jovens para que não se envolvam nas promessas sedutoras de ganhos financeiros e prestígio oferecidas pelo mundo do crime. Ele inicia suas explanações detalhando as duas únicas condições em que um membro batizado pode deixar a facção.

“Muitas pessoas me questionam: ‘Você saiu e eles não começaram a persegui-lo?’ Não é tão simples. Para sair da facção, se você for batizado, é necessário que você tenha algum problema de saúde que o impeça de desempenhar qualquer função dentro da organização. Eu não possuo essa condição de saúde. Ou, dependendo do cargo que você ocupa na organização, pode sair para se juntar à igreja. No entanto, é realmente para frequentar a igreja, jovens! Se você sai com o pretexto de ir à igreja, mas continua fumando cigarros, consumindo maconha, frequentando bailes funk, baladas e bebendo, você será cobrado“, afirmou o ex-membro.

Sobre Marcola

Em seguida, ele explica a diferença entre disciplina e sintonia, que são dois setores distintos dentro da organização criminosa. A sintonia, que seria responsável pelo comando das ações da facção, é composta pelos membros que estão em liberdade. No entanto, ele esclarece que Marcos Willians Herbas Camacho, conhecido como Marcola, o famoso líder e fundador do PCC, não seria o líder efetivo da facção, uma vez que está preso, e as operações são dirigidas pelo setor da sintonia, nas ruas. No entanto, ele ressalta que Marcola ainda detém grande respeito e prestígio entre os membros da facção.

Cargos dentro da facção

Frank alega que sua última função, após passar por diversos outros cargos, foi o gerenciamento das listas negras do PCC, ou seja, a identificação de pessoas marcadas para serem mortas.

Eu era responsável pela sintonia geral das listas negras do Estado, interna e externa, ou seja, eu mantinha planilhas com informações de muitos membros e outras pessoas. Posso provar tudo isso. Então, tornou-se mais difícil para mim sair. Eles não aceitaram. Disseram: ‘Agora que você sabe demais, quer sair’. Eu já desempenhei várias funções, incluindo disciplina, geral na rua, geral no sistema, geral no interior e na Baixada. E agora, quando cheguei à lista negra, no setor de sintonia da organização, eles não entenderam minha saída e a justificaram como traição. Acrescentaram a acusação de traição à minha saída, como se eu tivesse traído a organização. Mas eu não traí ninguém“, se defendeu.

PCC e política

A facção não é o que alguns artistas MCs mostram, nem o que a mídia retrata. Ela é um setor político. O Comando Vermelho no Rio de Janeiro investe em armas, porque para eles é uma guerra. O PCC aqui em São Paulo não age dessa forma. Eles investem em infiltrar-se nas prefeituras e em órgãos do governo. É como um sistema político, uma suposta revolução. Foi nisso que eu acreditei. Mas, quando começaram a batizar menores de idade e eu me vi obrigado a ficar isolado em chácaras e a ir para o Paraguai, longe de minha família, pedi para sair. Me disseram que sair significaria minha morte, então tive que fugir, me esconder e viver da maneira como estou vivendo agora, algo que não desejo para ninguém“, conclui Frank. Com informações da revista Fórum 

Depoimento.

Proxima
« Anterior
Anterior
Proxima »