A Companhia de Água e Esgotos do Rio Grande do Norte (CAERN) aposta na construção do sistema adutor Apodi-Mossoró para solucionar a crise hídrica em Mossoró. A obra de R$ 82 milhões, dentro do investimento de R$ 100 milhões que a companhia faz na cidade, foi iniciada e avança ao longo da BR-405, que separa a fonte de captação de água e a principal cidade do interior do estado.
Só que um confronto entre o prefeito Allyson Bezerra (União Brasil) e a estatal do Governo do Estado está colocando sob ameaça a importante obra. É que o chefe do Executivo municipal nega a cessão de um terreno para a Caern construir os reservatórios elevados, necessários para captação e distribuição de água da adutora. O caso é grave porque afeta diretamente os quase 300 mil habitantes de Mossoró.
O prefeito sinaliza ser contra a adutora Apodi-Mossoró por questões políticas. Ele sabe que a obra terá papel importante para, se não resolver em definitivo, pelo menos amenizar a crise hídrica na cidade e, por consequência, o governo estadual ganhar pontos em popularidade. Daí, Allyson tem se negado, até agora, a assinar a cessão do terreno solicitado pela direção da Caern.
O cabo de guerra entre a gestão municipal e a Caern tem origem na dívida de mais de R$ 110 milhões do município com a companhia. A princípio, o prefeito negou a existência da conta, mas como a Caern judicializou a cobrança, Allyson resolveu penalizar a estatal com uma série de ataques, via a sua bancada de vereadores na Câmara Municipal, e agora negando a cessão do terreno para a adutora Apodi-Mossoró. De Fato
O presidente da Caern, Roberto Sérgio Linhares, afirma que a atitude do prefeito provoca prejuízos financeiros à companhia e castiga a população mossoroense que precisa do sistema adutor para ter melhor oferta de água. Segundo o dirigente, a negativa de Allyson da cessão do terreno causa um prejuízo de R$ 1.8 milhão mensais em cada mês de atraso sem a entrega da obra.
“Estamos falando de dinheiro público sendo jogado fora”, reagiu o presidente da Caern em entrevista ao jornalista Bruno Barreto. Para Linhares, a negativa de Allyson foi justificada por motivações políticas e pessoais. “O Prefeito alegou que a dívida de Mossoró com a Caern não era justa e que só havia sido ajuizada por questões pessoais e eleitorais (…) Na verdade oficiamos Mossoró e outros 77 municípios desde 2019 de que as dívidas com a Caern seriam cobradas. Esse é um procedimento padrão”, explicou o presidente da empresa.
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