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* Pilantras: Vítimas de pastores golpistas recebiam “Manual do Novo Milionário”.

 A farsa criada por pastores e missionários para angariar cada vez mais investidores e iludir fiéis era arquitetada nos mínimos detalhes. Os procedimentos iam desde a assinatura de um contrato de sigilo sobre as operações financeiras até uma espécie de “Manual do Novo Milionário”, ensinando como as vítimas deveriam agir ao supostamente receberem as quantias exorbitantes. O grupo foi alvo da Operação Falso Profeta deflagrada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) nessa quarta-feira (20/9).

As instruções, obtidas pela coluna, vão desde a forma que os novos ricos deveriam aplicar o dinheiro, até dicas de segurança como levar a própria caneta ao assinar papéis no banco até mesmo mudar de endereço e andar de carros blindados. Sobre doações, os estelionatários alertam que é preciso “ensinar a pescar e não dar o peixe”. Confira:

A operação

A ação cumpriu dois mandados de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão. Um dos alvos é o líder do grupo, Osório José Lopes Júnior, que não foi localizado e é considerado foragido. Uma missionária que seria comparsa de Osório foi presa em Santa Catarina, mas não teve o nome divulgado.

A investigação aponta que os suspeitos formavam uma rede criminosa muito bem organizada, com estrutura ordenada e divisão de tarefas, especializada no cometimento de diversos crimes, como falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, e estelionatos por meio de redes sociais. As vítimas eram induzidas a investir quantias em dinheiro com a promessa de recebimento futuro de quantias milionárias.

“Nesara Gesara”

Os golpistas abordavam as vítimas, em sua grande maioria evangélicas, pelas redes sociais e invocavam uma teoria conspiratória apelidada de “Nesara Gesara” para convencê-las a investir suas economias em falsas operações financeiras ou falsos projetos de ações humanitárias. Havia promessa de retorno financeiro imediato e rentabilidade estratosférica.

Foi detectada, por exemplo, a promessa de que com um depósito de apenas R$ 25 as pessoas poderiam receber de volta nas “operações” o valor de R$ 1 octilhão (ou 1 seguido de 27 zeros: R$ 1.000.000.000.000.000.000.000.000.000).



Operação.

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