De olho em uma aproximação com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), avalia migrar para o PSD, sigla que controla três ministérios do governo federal. O movimento consolidaria uma aliança de todos os governadores da região Nordeste ao titular do Palácio do Planalto, feito incomum nas gestões anteriores do PT. A tucana, que já deu sinais de afastamento da cúpula de seu partido, costurou na última semana o embarque do PSD em sua gestão estadual. A articulação foi feita com o ministro da Pesca, André de Paula. A legenda ocupa ainda as pastas da Agricultura e a de Minas e Energia.
Ex-deputado, Paula foi candidato ao Senado pelo PSD em Pernambuco no ano passado. Embora emissários de Lyra e Paula declarem que uma filiação da governadora não está pautada por ora, a entrada do PSD no secretariado em Pernambuco é tida como primeiro passo para este movimento. A filha do ministro, Cacau de Paula, assumiu a secretaria estadual de Turismo. Antes, ela ocupava posto equivalente na gestão do prefeito do Recife, João Campos (PSB), aliado de Lula.
O ministro da Pesca, que participou da cerimônia de posse da filha na pasta, afirmou ao GLOBO que “passa a haver um caminho” para a eventual filiação de Lyra ao PSD”, mas ponderou que a decisão é de Raquel.
— Estar em um partido de oposição, considerando o quão Lula é querido no Nordeste, é um fator a ser considerado. Ela ir para o PSD pode ser conveniente, do ponto de vista político, para os dois lados — afirmou o ministro.
Dos nove estados da região Nordeste, apenas Pernambuco elegeu no ano passado para o Executivo estadual um nome que não era alinhado a Lula. A possível ida de Lyra para o PSD, presidido em Pernambuco pelo ministro André de Paula, ensaia um alinhamento do Nordeste à gestão petista que só foi registrado no início do segundo mandato de Dilma Rousseff (PT), em 2014.
Registe-se aqui com seu e-mail
ConversãoConversão EmoticonEmoticon