Deputados federais do Partido Liberal (PL) que se aliaram ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva planejam sair da legenda. Eles alegam, entre outros pontos, perseguição da cúpula da legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro Dentro do núcleo que comanda a sigla, eles são chamados de “transdeputados”, pois integram um partido de direita, mas dão votos como se fossem governistas.
O grupo no PL que “fez o L” conta com uma dezena de deputados e, em conversas internas, traça planos para deixar a sigla em bloco após a aprovação do Orçamento de 2024. Como a relatoria do Orçamento está nas mãos de um deputado do PL, Luiz Carlos Motta (SP), não seria inteligente um movimento de retirada antes disso. O relator tem o poder de barrar as demandas dos deputados para beneficiar suas bases eleitorais.
A divergência entre os dois grupos no PL cresceu depois da aprovação da reforma tributária. Um de cada cinco deputados da sigla votou para que a proposta do governo Lula pudesse avançar para o Senado. Isso ocorreu mesmo diante da ameaça de punição, por parte do líder do PL na Câmara, Altineu Côrtes (RJ), a quem ajudasse o Executivo.
O deputado Yury do Paredão (PL-CE) foi o primeiro dos “transdeputados” governistas do PL a ser expulso do partido. Além de apoiar o governo petista, ele tirou foto com o presidente Lula e “fez o L” ao posar ao lado de ministros. Alguns parlamentares mais radicais celebraram o que poderia ser o início de um expurgo na legenda. Para um parlamentar da sigla, repetir o gesto que marcou o retorno do petista à cena eleitoral merece o paredón — uma alusão ao método de saída da casa do Big Brother Brasil, programa que projetou Yury.
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