O hacker Walter Delgatti Neto revelou um plano para criar uma campanha fake para descredibilizar a segurança das urnas eletrônicas a pedido da equipe do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos de 8 de janeiro, Delgatti disse ter sido convidado a criar um código-fonte falso para simular erro nas urnas eletrônicas, e que ele seria garoto propaganda da ação.
A ideia foi discutida, segundo Delgatti, pelo presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto. O marqueteiro do PL e a deputada Carla Zambelli (PL-SP) também estavam na reunião. Ele teria aceito a proposta, com uma promessa de indulto presidencial, caso o crime fosse descoberto. Delgatti também afirma ter recebido pedido do prório Bolsonaro em defesa do movimento, em um café da manhã com o ex-presidente no Palácio do Alvorada: “Ele disse que eu estaria salvando o Brasil”.
“Essa manipulação iria para a sociedade, quem estivesse ali no dia 7 de Setembro, que era possível aquela urna [ser invadida]”, relata Delgatti. Ele também citou a possibilidade de produção de uma peça publicitária a ser divulgada em campanha.
Delgatti ainda relata que para a criação do código-fonte falso, ele recebeu informações de assessores do Ministério da Defesa que visitavam o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele também diz ter ido cinco vezes ao ministério, e que contava com apoio da pasta para planejamento das ações.
O hacker ainda afirma que o projeto não chegou a ser concluído por um vazamento do encontro pela imprensa. Depois da proposta, ele diz ter recebido pedido de Zambelli para invadir sistemas de justiça.
“A deputada me disse que precisasse invadir algum sistema de Justiça ou TSE em si, ou alguma invasão que mostrasse a fragilidade do sistema de justiça, dizendo que seria uma ordem também do presidente [Bolsonaro]”, declarou. Com informações do SBT News
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