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* Preços recuam em junho: Brasil registra deflação de 0,08%.

A inflação brasileira medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi negativa no mês passado. No mês de junho, houve deflação de 0,08%. A informação foi divulgada nesta terça-feira, 11, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o instituto, essa foi a menor variação para o mês de junho desde 2017, quando apresentou deflação de 0,23%.

Em maio de 2023, a variação havia sido positiva em 0,23%. No acumulado do ano, a inflação oficial brasileira atingiu 2,87%. Considerando os últimos 12 meses, a inflação registra elevação de 3,16%, contra variação anual de 3,94% do mês anterior.

O mercado esperava uma deflação maior, de 0,10%, conforme o consenso, lembra Fabrizio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora. “Talvez não mude a tendência de o Banco Central cortar os juros em agosto pela mudança no período para cumprimento da meta de inflação, sendo que facilita ter um tempo maior para conquistar esse controle”.

As principais quedas do IPCA foram em alimentação e bebidas (-0,66%) e transportes (-0,41%), conforme previsto. Artigos de residência (-0,42%) e comunicação (-0,14%) também tiveram quedas no mês passado. Por outro lado, o maior impacto nas altas foi de habitação, que também teve variação (0,69%) mais acentuada.

“Houve recuo do preço de várias commodities que fazem parte da alimentação no domicílio, como óleo de soja, frutas, carnes e leite longa vida. Isso tem a ver com o cenário internacional, que vem diminuindo o preço de diversas commodities agrícolas”, detalha Ecio Costa, professor de economia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Quanto aos transportes, a política de incentivos para compra de automóveis auxiliou na redução, destaca o economista. A diminuição dos preços dos combustíveis praticada pela Petrobras (BVMF:PETR4) também trouxe o indicador para baixo.

André Meirelles, diretor de Alocação e Distribuição da InvestSmart XP (BVMF:XPBR31), pondera que os dois grupos com maiores quedas representam cerca de 42% do índice cheio, mas são itens voláteis. “Ou seja, são menos impactados pela política monetária do Banco Central”.

Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa, destaca o desalinho entre serviços mais elevado do que o esperado. “No final das contas, apesar de avaliarmos que o qualitativo tenha se mostrado pior, inclusive com serviços subjacentes surpreendendo para cima, acreditamos que o índice de hoje não deverá gerar sobressaltos nos preços de ativos de mercado, visto que se trata de um comportamento apenas marginalmente pior”, pondera.

O economista André Perfeito enxerga o dado de outra forma, apontando um momento benigno para a inflação doméstica, principalmente porque parcela relevante da diminuição estaria no grupo de alimentação e bebidas, que deve seguir em declínio.

Assim, a expectativa de Perfeito é de que o Copom reduza a Selic em um patamar mais forte do que o planejado pelo consenso, que é de 0,25 ponto percentual. Para o economista, a taxa básica de juros deve cair 0,5 ponto percentual na reunião de agosto, “levando em conta o estilo da atual diretoria eles tendem a serem mais incisivos nos seus movimentos”.

Alimentos.

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