O empresário Flamínio Real Nunes, de 34 anos, segue uma
tradição familiar todos os anos para celebrar a história do seu pai e do seu
avô: no dia 13 de julho, ele reúne amigos e vai até o
túmulo onde estão sepultados o seu pai, um ex-comandante da Marinha, e o seu
avô, um ex-coronel do Exército, para
comemorar a data de aniversário do pai com boas lembranças, música e uísque no
cemitério do Alecrim, em Natal.
“Ao contrário do que
podem pensar, a ida ao cemitério é um momento de descontração, sempre com boas
histórias e celebração. É uma tradição, meu pai fazia o mesmo pelo meu avô'”,
disse Flamínio.
A tradição da comemoração começou na década de 70 quando o
ex-comandante da Marinha Affonso Real Nunes, pai de Flamínio, passou a ir ao
túmulo do pai dele, o coronel do Exército Brasileiro Flamínio Deodoro Nunes.
Natural do Rio Grande
do Sul, o coronel foi designado para comandar o 17º Grupo de Artilharia de
Campanha (GAC) em Natal, no período final da 2ª Guerra Mundial. Figura dedicada
ao serviço e querida na cidade, ele morreu ainda em serviço no ano de 1953.
Para ele, a prefeitura
de Natal construiu um mausoléu especialmente para o seu sepultamento no
cemitério do Alecrim e a Câmara Municipal da cidade o concedeu um título de
cidadão natalense.
"Desde criança eu soube da tradição. Meu pai ia sozinho ou
com amigos, sempre com uma garrafa de uísque, a bebida preferida deles. Eu fui
incorporando isso", afirmou Flamínio, neto do coronel.
Antes de falecer, no
fim de 2020, o então comandante Afonso, expressou desejo pela continuidade da
tradição. “Meu pai sempre dizia: Quando morrer, quero ser enterrado junto ao
meu pai no Alecrim”, contou. g1
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