O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta segunda-feira (26) que “não é justo” afirmar que ele “atacou a democracia” ao reunir embaixadores em Brasília para deslegitimar o processo eleitoral brasileiro. O comentáriofoi feito na véspera da retomada do julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), marcado para a terça-feira (27), que pode tornar o ex-presidente inelegível por causa do episódio.
“Sabemos o que está acontecendo. É justo cassar os direitos políticos de alguém que se reuniu com embaixadores? Não é justo falar: atacou a democracia”, afirmou o ex-presidente após a reunião com parlamentares e lideranças do PL na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp).
A ação no TSE avalia o suposto desvio de finalidade da reunião que Bolsonaro teve com embaixadores de países estrangeiros, no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência. No encontro, ele teria atacado a integridade do processo eleitoral, especialmente disseminando “desordem informacional” relativa ao sistema eletrônico de votação.
O Ministério Público Eleitoral (MPE) já defendeu a inelegibilidade de Bolsonaro pela conduta dele no encontro com os diplomatas. Segundo o órgão, o discurso de desconfiança sobre as eleições feito pelo ex-presidente foi capaz de afetar a convicção de parte da população brasileira na legitimidade dos resultados das urnas.
O ex-presidente também disse que não se considera “insubstituível”, mas sinalizou que ainda é o nome com mais apelo popular na legenda. “Tem gente aqui que é mais competende do que eu, mas não tem quem tenha mais conhecimento nacional do que eu. Graças a Deus, tenho o carinho de boa parte da população”, completou Bolsonaro.
A reunião na Alesp faz parte da estratégia do PL para atrair filiados ao partido, mirando as eleições municipais de 2024. Participaram da conversa, 19 deputados estaduais, 17 deputados federais, além do presidente do partido, Valdemar da Costa Neto.
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