O sargento da Polícia Militar Amaury da Silva Araújo, preso por suspeita das mortes de uma advogada e da mãe dela, está sendo investigado pela Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD), pela execução de dois jovens, em Fortaleza. Outros três agentes também teriam participação nos crimes.
Rafaela Vasconcelos,
34 anos, e a mãe dela, Maria Socorro dos Vasconcelos, 78 anos, foram mortas a
tiros no dia 24 de março deste ano, em Morrinhos, no interior do
Ceará. Um dia após o crime, sargento Amaury e o soldado da PM Daniel Medeiros de Siqueira foram
presos. Os dois agentes foram afastados das funções pela CGD por 120 dias.
Além do duplo homicídio de mãe e filha, Amaury também é
investigado pela Controladoria pela execução de dois jovens, no dia 9 de
novembro de 2019. A abertura do Processo Administrativo
Disciplinar foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) de segunda-feira
(22).
Execuções de jovens
Segundo a Controladoria, consta
nos autos que no dia do crime o sargento Amaury, o soldado Halley Handroskowi
Magalhães Martins, e os inspetores da Polícia Civil Fernando Jefferson Sales
Pinheiro e Herlon Martins Marques, executaram dois jovens em um curto intervalo
de tempo, na capital.
O g1 não
encontrou a defesa dos agentes investigados.
Uma das vítimas, identificadas
como Alisson Xavier Lima, de 21 anos, foi morta a tiros às 9h30, no Bairro
Conjunto Palmeiras. Ele havia sido solto há menos de um ano, depois de ser
condenado a quase cinco anos de prisão pelo crime de tráfico de drogas e
recorrer para cumprir a sentença em liberdade.
Já a outra vítima, Moisés Silva dos Santos, foi assassinada às 10h25, no Bairro São Cristóvão, que fica vizinho ao local do primeiro crime.
Cerca de duas semanas após o crime, os quatro agentes foram presos pela morte de Alisson e
chegaram a ter a prisão temporária decretada por 30 dias. À época, a
investigação apontou a suspeita dos servidores estarem ligados a uma facção
criminosa atuante no Ceará.
Antecedentes criminais
Dentre os quatro policiais
investigados pelas execuções, dois já tinham antecedentes criminais. O inspetor
da Polícia Civil Fernando Jefferson responde por violência doméstica e o
sargento Amaury já era investigado desde 2018, por extorsão.
Um ano antes das
execuções, Amaury foi preso na praça de alimentação de um shopping no Bairro
Edson Queiroz, em Fortaleza, após ser flagrado extorquindo dinheiro de um homem
em razão de uma dívida. A vítima relatou à polícia que estava sofrendo ameaças.
Na ocasião, o agente
foi solto em uma audiência de custódia, sob a condição de cumprir medidas
cautelares, como proibição de manter contato com a vítima e não poder deixar a
capital. O processo segue em andamento no Tribunal de Justiça do Ceará, a
última movimentação foi em março deste ano. g1
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