O vereador de Sorocaba (SP) Cícero João (PSD) afirmou, nesta
quinta-feira (16), que assassinato de mulher é "normal". O
parlamentar fez o comentário no momento em que era discutido um projeto de lei
que leva o nome da vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018, no Rio de
Janeiro.
Durante a fala, Cícero
mencionou: "[...] quando vossa excelência fala de uma vereadora negra, uma
vereadora LGBT, eu não tenho nada contra a nenhum vereador que raça, cor ou
segmento que ele seja. Pode ser LGBT, pode ser o que for. Ele foi eleito pelo
voto, tem o mesmo poder de voto do que eu. Não me interessa a forma que ele foi
eleito".
Após isso, a vereadora Iara Bernardi (PT) interrompeu a fala e
disse que Marielle foi assassinada. Em seguida, Cícero responde: "Todo dia
são assassinadas mulheres brancas, mulheres negras, normal." Iara Bernardi
(PT) questiona. "Normal?".
A justificativa do vereador, na sequência, foi a seguinte:
"Dentro da normalidade de ser assassinada. Agora, foi assassinada, não
temos que distinguir uma pessoa, que é exatamente aquela pessoa, foi por isso,
por isso e por aquilo.".
O g1 entrou
em contato com Cícero João para pedir um posicionamento sobre o caso. O
parlamentar afirmou que é uma questão de interpretação. "Normal não é
morrer, tanto mulher, quanto homem. Não de agressão. Não de cor preta, de cor
branca, de cor azul, de cor amarela, nenhum. Morrer é normal. Todos nós vamos
morrer um dia. A mulher não pode sofrer agressão. Nem agressão e nem o assassinato.
Ninguém merece morrer assassinado. Agora, cada um interpreta da forma que
quer."
Na sexta-feira (17) ele voltou a falar do caso. "De maneira alguma considero normal o feminicídio. Existem várias leis para proteger as mulheres, entre elas, a lei Maria da Penha. Porém nossas leis são ineficientes, e deixam as mulheres numa situação vulnerável. É preciso revê-las. Precisamos de mais proteção paras as mulheres, mais penalidades para os criminosos", afirma.
Ele continua e se justifica: "Eu quis dizer no meu discurso, que não podemos destacar apenas esse caso, por ser uma pessoa de cor. Todas as cores e raças tem o mesmo valor e precisam ser tratadas com a mesma importância. Nosso papel não é criar homenagem para esse tipo de atrocidade. Nosso papel é ajudar a defender a mulher e para isso, sou embaixador do projeto de lei PL 67-22 Combate a Violência Política Contra a Mulher." g1
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