Alunos da rede municipal de ensino de Parnamirim, na Grande Natal, estão convivendo com a falta de merenda escolar desde o início do ano letivo de 2023. A denúncia é feita pelos professores e servidores das escolas, que também relatam estrutura precária nas salas de aula e nos prédios e ausência de auxiliares nas equipes pedagógicas.
A prefeitura de
Parnamirim disse que a licitação de parte dos alimentos foi homologada
recentemente e começou a distribuição nesta semana para as 67 escolas (veja detalhes mais abaixo).
Para resolver parte
dos problemas, alguns dos próprios profissionais têm levado alimentos para
estudantes no dia a dia.
Esse é o caso da professora Antônia
Soares, da Escola Municipal Poeta Luis Carlos Guimarães, no bairro Nova
Parnamirim.
"Eu sempre trago o almoço. Tem
três irmãos que são bastante carentes, eles vêm de casa sem se alimentar, sem
comer nada, porque não tem. E eu trago o almoço deles. Eles chegarem na escola
e não terem a merenda, que é um direito, é de partir o coração", lamentou.
"Como mãe, eu não gostaria de ver o meu filho passando fome. Mãe
nehuma quer. Então, mesmo com o salário pouco, eu consigo trazer a alimentação
para essas crianças mais carentes", completou.
A falta de condições estuturais mínimas e de profissionais
também é uma reclamação dos professores das escolas.
A professora Fabiana
Cristine, que também atua na Escola Municipal Poeta Luis Carlos Guimarães,
relata que tem precisado mudar o lugar das aulas por conta da estrutura
precária do prédio.
"Está sendo tudo
no improviso. Estamos dando aula em dias no refeitório, outro dia na sala de
informática, outro dia na quadra. No espaço que está disponível pra gente se
reunir com as crianças. Estamos nos reunindo com as crianças porque não há
condições de dar uma aula na íntegra", disse.
"A minha sala está com o teto caído desde o ano passado,
mas, como era uma parte pequena do teto, a gente foi dando as aulas para não
deixar as crianças, já que elas vêm de um período de pandemia complicado e a
gente está tentando suprir. No fim do ano, caiu o restante do teto".
Além dos problemas estruturais e da merenda, os professores
citam problemas com a contratação de auxiliares.
"Não temos auxiliar para as crianças especiais. A gente
sabe que a cada ano que passa aumenta o índice de crianças com autismo, TDAH, e
outras necessidades e nós não temos auxiliar", lamenta a professora
Fabiana Cristine.
O que diz o município
A prefeitura de Parnamirim informou
à Inter TV Cabugi e ao g1 que
compra merendas em cinco lotes diferentes - de proteína, pães, bolos, polpas e
frutas - e que iniciou o processo de licitação em junho do ano passado.
Segundo a prefeitura, apenas na semana passada teve a homologação de quatro lotes - apenas o das proteínas não foi concluída por conta de um recurso de uma empresa perdedora. Dessa forma, o Município informou que começou nesta semana a distribuição dos lotes para as 67 escolas municipais e que o recurso do último lote será julgado na sexta. g1
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