A Procuradoria-Geral da República (PGR) destacou em uma denúncia apresentada nesta segunda-feira (23) ao Supremo Tribunal Federal (STF) a estrutura montada por radicais em frente ao quartel general do Exército em Brasília, que permitiu aos bolsonaristas viver em uma espécie de "vila" por dois meses.
Na denúncia, a PGR
ressaltou uma série de serviços oferecidos pelos radicais, como:
- teatro
de fantoches para crianças;
- massoterapia;
- local
para refeições;
- transporte;
- tenda
para recebimento de doações;
- e gerador de energia.
Na denúncia, a PGR
usou os serviços oferecidos para mostrar que o acampamento golpista foi montado
com o objetivo de garantir perenidade,
estabilidade e permanência dos bolsonaristas no local
"A
estabilidade e a permanência da associação formada por aqueles que acamparam em
frente ao quartel são comprovadas, de forma clara, pela perenidade do
acampamento, que já funcionava como uma espécie de vila", destaca a PGR.
No local, também
funcionavam tendas para churrasco, distribuição de comida e água e celebrações
religiosas.
"Havia,
portanto, uma evidente estrutura a garantir perenidade, estabilidade e
permanência. Ao se dirigir para lá, o denunciado aderiu a essa associação, cujo
desiderato era a prática de crimes contra o Estado Democrático de
Direito", destacou a denúncia.
Denunciados
A PGR denunciou
nesta segunda-feira mais 54 bolsonaristas radicais pelos
crimes praticados contra as sedes dos três poderes no dia 8 de janeiro. Os
denunciados foram detidos no acampamento que ficava em frente ao
Quartel-General do Exército, em Brasília.
No total, 98
pessoas já foram denunciadas ao STF. Essa é a terceira denúncia apresentada
pela PGR. A primeira mirou os 39 detidos no Senado, e a segunda, cinco que
foram presos por envolvimento em ataques ao STF.
Os denunciados podem responder por:
- incitação
ao crime equiparada pela animosidade das Forças Armadas contra os Poderes
Constitucionais;
- e associação criminosa.
Cabe ao plenário do
STF analisar a denúncia e decidir se aceita ou rejeita a peça. Se a maioria dos
ministros acolher, os denunciados se tornam réus em uma ação penal e
responderão a um processo pelos atos praticados.
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