Wellington Macedo de Souza, 47 anos, foragido por tentar implantar uma bomba em um caminhão em Brasília, é investigado pela Polícia Civil do Ceará por divulgar vídeos com cenas de abusos sexuais de crianças e adolescentes no município de Sobral.
A abertura do inquérito policial, apurado pela Delegacia Municipal de
Sobral, foi solicitada pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) em junho de
2020, após o órgão receber denúncia de que o blogueiro havia divulgado vídeos
de abuso infantil em uma reportagem veiculada no Instagram dele.
A investigação apura se Wellington cometeu o crime previsto no artigo
241-A do Estatuto da Criança e do Adolescente, por divulgar vídeo que contenha
cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente. O
artigo prevê como pena reclusão, de três a seis anos, e multa.
A denúncia sobre o caso foi apresentada a Justiça em dezembro de
2022, mas o inquérito não foi concluído, pois Wellington Macedo não foi
localizado para ser ouvido. Em janeiro deste ano, a Justiça deu a polícia o
prazo de 60 dias para cumprir as apurações requisitadas.
Segundo a denúncia, a postagem com cenas de abuso foi publicada
no perfil das redes sociais de Wellington em 2021, quando ele era servidor do Ministério da
Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, que tinha Damares Alves
como titular.
Ele foi preso por divulgar fake news e estimular atos contra a
democracia. Em dezembro de 2022, quando participou da tentativa de explodir um
caminhão com combustível próximo a um aeroporto em Brasília, ele usava
tornozeleira eletrônica.
Violação de cadáver
Welington Macedo tem antecedentes
por contravenção penal, denunciação caluniosa e crime contra a incolumidade
pública. Ele também é investigado por dano qualificado, incêndio majorado,
associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e
tentativa de golpe de Estado.
Ele já foi autuado na Justiça cearense por usar a foto de uma mulher morta,
sem autorização da família da vítima, em uma fake news divulgada por ele sobre
a primeira pessoa morta por Covid-19 na cidade de Sobral.
O caso de vilipêndio
de cadáver ocorreu em março de 2020, quando o município ainda não tinha
registrado óbitos pela Covid.
Conforme os documentos
aos quais o g1 teve acesso,
na denúncia consta que Macedo fez postagem em sua rede social do caixão aberto
com o corpo enrolado em um pano branco, com um papel escrito "Óbito
Covid-19". Na legenda ele divulgou a identidade da mulher de 51 anos e
afirmou que ela era a primeira vítima da doença no município. g1
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