A desconfiança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com setores das Forças Armadas, que teve episódios ainda durante a campanha eleitoral e se intensificou após os atos de 8 de janeiro, culminou neste sábado, com a demissão do comandante do Exército, o general Júlio César de Arruda. Ao todo, em um período de cinco dias — de terça-feira até aqui —, Lula demitiu ao menos 80 militares que tinham cargos no governo federal.
Quatro dias depois da invasão e dos atos de vandalismo na Praça dos Três Poderes, o petista já havia dado um recado de sua insatisfação, ao afirmar, durante café da manhã com jornalistas no Planalto, que a porta do palácio presidencial havia sido “aberta para essa gente entrar”, em referência aos vândalos. Na ocasião o presidente deixou claro o entendimento de que a entrada dos invasores foi facilitada e disse que havia “gente das Forças Armadas aqui dentro conivente” com a depredação do local.
A primeira atitude em grande escala foi tomada na última terça-feira, quando o petista dispensou 45 militares lotados em setores responsáveis pela residência oficial da Presidência. A grande maioria, 40, atuava no Palácio da Alvorada, para onde Lula e a primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, se mudarão no mês que vem. Na mesma leva outros 11 oficiais do Gabinete de Segurança Institucional foram desligados, em um total de 56 nomes em um dia.
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O movimento prosseguiu ao longo da semana. Na quarta-feira, mais 13 membros das Forças Armadas foram desligados, o que se repetiu no dia seguinte, com outras nove demissões, todas na pasta que cuida da Segurança Institucional. Na sexta, mais um militar do GSI deixou o governo, totalizando 23 em três dias.
O último nome, já neste sábado, foi justamente o do general Júlio César de Arruda, em meio a uma falta de alinhamento do general com Lula e ao comportamento do militar diante de acampamentos que se instalaram em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília.
A desconfiança com Arruda já vinha, inclusive, antes da confirmação de sua permanência no cargo. O general era visto como o mais bolsonarista entre os mais antigos da força e aliados de Lula chegaram a tentar demover o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, da ideia de colocá-lo à frente do Exército, mas sem sucesso. Com informações de O Globo
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