“Foi no domingo de Natal, às cinco da manhã. Escutei o barulho da porta. Ele arrombou a porta dos fundos. E eu vi ele entrando, e ele já veio para cima de mim, não deu tempo nem deu reagir”.
A lembrança é da mulher de 24 anos que foi estuprada e ferida na madrugada de
Natal (25) e na frente da filha, de 3 anos, no bairro
Almerinda, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio.
A Polícia Civil procura o homem, identificado como Carlos Flávio da Silva dos
Santos, de 27 anos, que se mudou para perto da casa da vítima há cerca
de três meses. A mulher não o conhecia. Flávio está foragido.
"Eu não consigo
dormir, eu passo o dia
fechando as portas, trancando tudo. Eu não consigo ficar
sozinha, eu fico com a minha filha o tempo todo do meu lado, não consigo deixar
ela sozinha também, eu estou com muito medo", conta a vítima.
Segundo a mulher, durante o abuso, Carlos chegou a pegar a filha dela no
colo para que ela parasse de chorar. Depois, voltou a estuprá-la.
"Ela viu tudo, eu tentava tapar o olho dela, mandava ela olhar pro
outro lado pra ela não ver, mas ela presenciou tudo", conta a mulher.
A mulher afirma que durante 20 minutos recebeu uma
sequência de socos nas costas, no queixo, no olho -- e mesmo sem oferecer
resistência, a jovem foi atacada a golpes de tesoura nas mãos e no pescoço.
"De
início ele falava que não ia fazer nada com a minha filha, ele começou a ficar
muito estressado, pegou uma tesoura na cozinha e tentou me matar e tentou bater
nela, eu consegui tirar a tesoura na mão dele, comecei a bater
nele, foi nesse momento que ele foi pra cima dela. Aí eu
comecei a gritar muito, muito, o mais alto que eu podia, pra ver se alguém me
ouvia, aí ele fugiu", relembra a vítima.
Carlos Flávio da Silva dos Santos fugiu pelo mesmo caminho por onde
tinha entrado na casa. O ex-marido da vítima, que mora no terreno ao lado, foi
o primeiro a socorrer a jovem e tentou seguir o rastro de sangue deixado pelo
agressor.
As pistas levaram até a casa de um vizinho que tinha acabado de se mudar
para o bairro.
"Tentei correr pra ver se ainda conseguia achar ele lá, alguma
coisa assim, mas ele não estava. O sentimento é que a gente quer justiça, quer
que ele seja encontrado", disse o ex-marido da vítima.
O agressor foi reconhecido pela vítima e identificado pela polícia como
sendo Carlos Flávio da Silva dos Santos, de 27 anos. Ele tinha se mudado há
três meses e, segundo a vítima, no momento do ataque ele teria dito que já
estava observando a vizinha há semanas.
"A gente não
tem nenhuma dúvida quanto a autoria desse delito,
essa identificação foi trazida pela vítima. A partir das fotos de rede sociais
chegamos à autoria do Carlos Flávio. Fizemos inúmeras diligências, mas ninguém
foi encontrado no local. Ele é considerado foragido da Justiça", informou
a delegada Carla Tavares, titular da Delegacia de
Atendimento à Mulher (Deam) de São Gonçalo.
Além do relato da
vítima, a polícia reuniu outras provas, como a camiseta e a tesoura usadas pelo
agressor.
A jovem, que está
recebendo atendimento psicológico, diz que ainda está muito assustada e sem
saber para onde ir.
"Pra onde que eu
vou, eu não vou conseguir ficar mais lá, eu não vou me sentir segura e eu só
quero que achem ele, porque ele ainda tá por aí. Da mesma forma que ele fez
comigo, ele pode fazer com mais alguém, e eu não sei se eu tô segura", desabafou.
O telefone para
denúncias é 0300-253-1177 ou o WhatsApp 999731177. g1
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