As insituições federais de ensino do Rio Grande do Norte informaram que sofreram uma perda no orçamento após o bloqueio de R$ 244 milhões feito pelo governo federal e anunciado pelas entidades ligadas ao ensino superior na segunda-feira (29).
A Universidade
Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) informou que
foram retirados dos recursos da universidade R$ 3,8 milhões. Já o Instituto
Federal do RN (IFRN) comunicou o estorno de R$ 10,9 milhões.
O g1 também
consultou a Universidade
Federal do Semi-Árido (Ufersa), que informou que a reitora
estava a caminho de Brasília e só se pronunciaria após se aprofundar no tema.
O reitor da UFRN disse que após o novo corte a situação da instituição
ficou ainda mais crítica - outros cortes já haviam sido anunciados ao longo do
ano. Ele pediu a reversão do bloqueio.
"A situação é muito grave. Após o corte realizado no meio do ano,
já prevíamos que a UFRN não conseguiria honrar com os pagamentos do mês de
dezembro. O novo bloqueio tornou ainda mais crítica a situação orçamentária da
instituição, portanto, a reversão do bloqueio precisa ser imediata”, afirmou o
reitor da UFRN, José Daniel Diniz Melo.
O pró-reitor de administração do IFRN, Juscelino Cardoso, reforçou que o
novo corte vai dificultar o funcionamento da instituição.
“A gente estava com dificuldade para terminar o exercício e vamos ter
mais dificuldade ainda. Mesmo que as informações ainda estejam muito precárias,
essa medida impacta fortemente o funcionamento das instituições e, acredito,
deverá ter repercussão nacional", disse.
"Por ora, só podemos esperar o posicionamento do ministro da
Educação ou de alguém que fale em nome do setor de financeiro e orçamentário do
Poder Executivo, e explique as razões para essa tomada de decisão e, de quebra,
traga mais informações”, completou.
Ao todo, a nova restrição é estimada em
R$ 244 milhões para as instituições federais do Brasil.
Apenas neste ano, a UFRN já havia sofrido um corte de aproximadamente R$ 23 milhões.
Em outubro, houve ainda um bloqueio de R$ 8,8
milhões por parte do governo federal. Mas, após pressão dos
reitores, o Ministério da Educação voltou
atrás.
Segundo o IFRN, o corte que deve atingir a manutenção,
seja na assistência estudantil, bolsas de estudo, atividades de ensino,
pesquisa e extensão, visitas técnicas e insumos de laboratórios, por exemplo,
além de serviços de limpeza e segurança dos campi.
“Acredito que deva ser um corte linear, como tem sido feito durante o ano. Esse bloqueio atual deve ser a primeira etapa do que virá a ser um corte com percentual igual para todas as instituições da nossa Rede. Já vimos isso. Em 2022, houve um bloqueio de 14%, depois aconteceu a redução desse total para 7%. Depois bloquearam de novo. Agora, suponho, deverá vir algo semelhante, só não há informações de quanto será”, disse o pró-reitor de administração do IFRN. g1
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