Duas pessoas morreram nesta terça-feira (15) em uma explosão em Przewodów, no leste da Polônia, próximo à fronteira com a Ucrânia. A informação foi confirmada pelo corpo de bombeiros local, de acordo com a agência Reuters.
Segundo a agência Associated Press, um alto funcionário da inteligência
dos Estados Unidos que não teve o nome revelado afirma que a explosão foi
causada por mísseis russos. A Polônia é país-membro da Otan (Organização do
Tratado do Atlântico Norte).
A Otan é uma aliança militar formada em 1949 por 12 países, como EUA,
Canadá, Reino Unido e França. Os membros concordam em ajudar uns aos outros no
caso de um ataque armado contra qualquer Estado membro. Isso significa que um
ataque a um país da Otan é considerado um ataque a todos os outros integrantes
da aliança.
O Ministério da Defesa da Rússia negou a acusação, que tratou como
"uma provocação deliberada com o objetivo de agravar a situação". Em
comunicado, o governo russo afirmou que "nenhum ataque a alvos perto da
fronteira entre Ucrânia e Polônia foi feito por meios de destruição
russos".
O Pentágono afirma que não pode confirmar a informação de que mísseis
russos atingiram a Polônia. "Não temos nenhuma informação neste momento
para corroborar esses relatos e estamos investigando isso mais a fundo",
disse o porta-voz do Pentágono, Patrick Ryder.
A informação sobre os mísseis também não foi confirmada imediatamente
pelo porta-voz do governo polonês Piotr Mueller. Ele afirmou, porém, que o
governo estava realizando uma reunião de emergência por conta de uma
"situação de crise".
"O primeiro-ministro Mateusz Morawiecki convocou com urgência a
Comissão do Conselho de Ministros para os assuntos de Segurança e Defesa
Nacional", afirmou Mueller em uma rede social.
O presidente da Ucrânia Volodymir Zelensky afirmou que a explosão foi
causada por mísseis russos. "Quanto mais a Rùssia sentir impunidade, mais
ameaças haverá para qualquer um ao alcance dos mísseis russos. Disparar mísseis
conta o território da Otan. Este é um ataque de mísseis russos contra a
segurança coletiva. Esta é uma escalada muito significativa. Devemos
agir", afirmou.
Os bombeiros foram ao local da explosão, mas não informaram como ela foi
causada. "Não está claro o que aconteceu", disse Lukasz Kucy, um
oficial no posto dos bombeiros da região.
Reação de países da Otan
Após a confirmação da explosão, outros países-membros da Otan prestaram
solidariedade à Polônia e afirmaram que estão dispostos a defender o território
da aliança.
A Estônia afirmou em uma rede social que as últimas notícias da Polônia
são preocupantes. "Estamos consultando de perto a Polônia e outros
aliados. A Estônia está pronta para defender cada centímetro do território da
Otan. Estamos em total solidariedade com a nosso aliada próxima Polônia".
O presidente da Lituânia Gitanas Nauseda afirmou que está mantendo
contato próximo com a Polônia e que a Lituânia presta solidariedade ao país.
"Cada centímetro de território da Otan deve ser defendido", afirmou.
O primeiro-ministro da Eslováquia Eduard Heger disse que o país está preocupado com a notícia sobre a explosão. "Entrei em contato o primeiro-ministro polonês Mateusz Morawiecki para expressar nossa solidariedade e total apoio. Vamos consultar a Polônia e outros aliados sobre a situação", publicou.
O primeiro-ministro da República Tcheca Petr Fiala disse que os ataques
de hoje à Ucrânia mostram que a Rússia quer destruir o país. "Se a Polônia
confirmar que os mísseis também atingiram seu território, isso será uma nova
escalada da Rússia. Apoiamos firmemente nosso aliado de União Europeia e
Otan", escreveu.
Bombardeios russos
A Rússia voltou a atacar Kiev e outras grandes cidades da Ucrânia nesta
terça-feira (15), no mesmo dia em que líderes do G20 pediram em conjunto que os
bombardeios fossem interrompidos.
Horas antes do novo ataque, o presidente da Ucrânia Volodymir Zelensky
discursou durante a cúpula do G20. Em seu pronunciamento, ele afirmou que este
é um bom momento para o fim da guerra em seu país.
"Estou convencido que agora é o momento em que a guerra pode e deve
ser interrompida", afirmou ele por vídeo em reunião com os países mais
ricos do mundo. g1
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