A gari Ester Santos, mais conhecida pelo apelido carinhoso de "Garigata", ganhou as ruas de Juazeiro do Norte interior do Ceará, com a sua profissão. Nas redes sociais, ela costuma mostrar o dia a dia de forma divertida, desconstruindo qualquer imagem negativa que algumas pessoas têm sobre o ofício.
Ester, de 20 anos, recebeu o apelido de "Garigata" por amigos
de trabalho. O apelido logo se espalhou pelas ruas de Juazeiro, onde ela é
reconhecida pelas pessoas.
"Quando eu estava varrendo a rua, os meninos da coleta passavam no caminhão do lixo e falavam: 'bom dia, Garigata'. Começou dentro da empresa, com os parceiros de trabalho mesmo. E como a população via eles falando comigo, o pessoal ouvia eles me chamando de 'Garigata'. Até que teve um certo dia que uma senhora falou: 'ei, Garigata'. Aí com isso, a população de onde eu varria começou a me chamar assim", disse Ester, ao g1.
A jovem passava por dificuldades financeiras, com um filho de apenas um
ano para criar, quando conseguiu o emprego de gari. Ela atualmente trabalha
para uma empresa terceirizada que presta serviços para a Prefeitura da cidade.
"Desde o dia que comecei [a trabalhar como gari] eu fiquei feliz
por ter conseguido um emprego. E aí peguei um amor pela profissão. Danço e
brinco com todo mundo enquanto trabalho", conta Ester, que trabalha há
três anos e 11 meses como gari.
Sucesso nas redes sociais
O último vídeo publicado pela
"Garigata" em uma rede social já conta com quase 4 milhões de
visualizações. Na mesma rede social, a gari soma 54 mil seguidores.
Como trabalha varrendo
as ruas de Juazeiro do Norte, Ester sempre encontra documentos perdidos, além
de outros objetos. Ela usa a rede social para divulgar o que achou e logo em
seguida também posta o documento ou objeto sendo entregue a quem pertence.
Apesar de todo o carinho recebido nas ruas e até mesmo pela
internet, Ester não deixa de ser alvo de comentários maldosos de pessoas
preconceituosas com a sua profissão.
"No vídeo que viralizou esses dias tem vários comentários chatos.
Pessoas mandando eu estudar, sendo que já terminei meus estudos. E sem contar o
nojo que algumas pessoas tem dos garis. Já teve loja que eu saí constrangida
pois a vendedora não me atendeu porque eu estava de farda", relata Ester.
Amor pela profissão e foco no futuro
Ester vê no trabalho como gari uma forma de mostrar às pessoas que o
trabalho, "independente de qual seja ele, não é vergonha".
Apaixonada por política, a jovem tem o sonho de se filiar a algum
partido e se candidatar como vereadora em Juazeiro do Norte para, segundo ela,
lutar pelos direitos trabalhistas, saúde e educação.
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