O líder do governo na Câmara Federal, deputado Ricardo Barros (PP-PR), disse que não espera uma decisão favorável do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ao presidente Jair Bolsonaro (PL) na representação protocolada na terça-feira 22 pedindo a anulação de votos em urnas utilizadas no segundo turno das eleições.
Depois de receber a representação, o ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE, deu prazo de 24 horas para a coligação aditar a petição inicial e acrescentar um pedido envolvendo o primeiro turno.
“A expectativa de que o TSE dê qualquer decisão a favor de Bolsonaro é zero. O TSE tomou lado contra ele, claramente, nas suas resoluções, nas suas decisões durante a campanha, fez tudo que pode para prejudicar Bolsonaro”, disse o líder do governo em entrevista à CNN na terça-feira.
Barros acrescentou que, embora não acredite em decisão favorável, considera importante a manifestação, para “questionar a conduta da Justiça Eleitoral”, não apenas quanto às urnas, mas também em relação ao “ativismo político”. “Não estou aqui questionando o resultado das eleições, mas questionar a conduta da Justiça Eleitoral eu acho muito importante para o Brasil, porque esse ativismo político a gente não pode ver repetido nunca mais”, disse Barros, à emissora.
“Como eu disse, eu não tenho nenhuma expectativa de que o TSE dê qualquer decisão favorável ao Bolsonaro. Ele fez campanha aberta contra o presidente Bolsonaro o tempo todo. As decisões eram visivelmente para prejudicar a campanha”, declarou. “Isso também deve ser questionado. Eu gostaria que o Partido Liberal questionasse essas decisões e resoluções — inúmeras — que foram feitas totalmente sem fundamentação pelo presidente Alexandre Moraes.”
Questionado sobre o despacho de Moraes, que pede para a coligação se manifestar acerca do primeiro turno, Barros disse que o TSE tem autonomia para eventualmente estender a investigação para o primeiro turno. “O que o partido está questionando tem de ser respondido pelo TSE. O tribunal não tem de perguntar ‘mais isso ou mais aquilo’. Ele tem de decidir sobre o que foi perguntado. Se o tribunal quiser estender essa investigação sobre o primeiro turno, ele tem autonomia para fazer isso”, afirmou, na entrevista à CNN.
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