O deputado
federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) sugeriu nesta quinta-feira (27) o adiamento
do 2º turno das eleições para que o pai, o presidente Jair Bolsonaro (PL),
tenha direito de resposta no caso das acusações sem provas sobre a supressão de
inserções eleitorais em rádios do Nordeste. “Se fosse dado todo o direito de
resposta a Jair Bolsonaro, seria necessário tanto tempo que seria necessário
adiar essa eleição”, disse o deputado em entrevista à BNews TV, da Bahia. O
parlamentar defendeu o adiamento também em evento no Espírito Santo. “A gente
está diante de um caso que, se for dado o direito de resposta, será necessário
adiar as eleições desse ano”, repetiu. Bolsonaro aparece atrás do ex-presidente
Lula nas principais pesquisas na reta final do 2º turno.
Na
quarta-feira (26), o presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Alexandre
de Moraes, decidiu rejeitar a ação apresentada pela campanha do presidente
sobre suposto boicote de rádios na veiculação da propaganda eleitoral. Moraes
disse que a ação de Bolsonaro não tem provas e se baseia em levantamento de
empresa “não especializada em auditoria”.
O ministro
apontou possível “cometimento de crime eleitoral com a finalidade de tumultuar
o segundo turno do pleito em sua última semana” e mandou o caso para ser
avaliado dentro do inquérito das “milícias digitais”, que é relatado por ele
mesmo no STF (Supremo Tribunal Federal). As afirmações usadas pela campanha
bolsonarista para alegar fraude, no entanto, têm ao menos sete fragilidades.
Uma série de suspeitas de erros e inconsistências foi apontada no material
entregue ao TSE.
Na entrevista
à BNews TV, Eduardo Bolsonaro fez uma analogia com o futebol para falar sobre o
caso. “A gente simplesmente ia marcar um gol, tomamos um carrinho por trás e o
juiz, além de não marcar pênalti, ainda deu amarelo para o nosso jogador”,
disse. O deputado deixou claro que a insistência no tema tem o objetivo de
provocar comoção entre os apoiadores de Bolsonaro às vésperas das eleições.
“Cabe a nós fazer a denúncia para que seja feita uma comoção popular em favor
dessa investigação”, afirmou. “Tem um candidato que está sendo depreciado e tem
um que está sendo favorecido. Isso é democracia? Não, isso está ferindo a
democracia”.
Para ele, “se a eleição for domingo”, haverá a certeza de que Bolsonaro foi prejudicado e não teve direito a uma reparação. Como a Folha de S.Paulo mostrou, integrantes do STF (Supremo Tribunal Federal) e do STJ (Superior Tribunal de Justiça) avaliam que Bolsonaro copia o ex-presidente americano Donald Trump na reta final da campanha ao buscar insuflar em seus apoiadores questionamentos contra o resultado das eleições. A avaliação da cúpula do Judiciário é a de que o presidente criou um factoide ao apresentar ao TSE uma ação sobre suposto boicote de rádios. A medida foi divulgada pela campanha do presidente um dia após a prisão do bolsonarista Roberto Jefferson, que atirou em policiais e gerou desgaste na campanha.
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