O compositor potiguar Romildo Soares foi encontrado morto na calçada de uma loja na Cidade Alta, em Natal, na noite de terça-feira (25). O artista tinha 61 anos.
Não havia sinais
aparentes de violência no corpo, que foi recolhido pelo Instituto
Técnico-Científico de Perícia (Itep).
Segundo amigos,
Romildo era ajudado por outros artistas, que mantinham uma "vaquinha"
virtual e tinha um local para moradia, mas passava a maior parte do tempo na
rua. Ele tinha HIV e havia passado por problemas de saúde recentemente.
O compositor foi
encontrado já desacordado, por volta das 21h, pela rapper Pretta Soul. Ela
conta que Romildo estava sentado na calçada de uma loja na avenida Rio Branco
aguardando jantar servido por instituições de caridade.
No entanto, quando um dos voluntários foi chamá-lo, ele não
respondeu.
"Várias pessoas tinham
sentado ao lado dele, mas não tinham percebido que ele já estava desacordado.
Liguei para o Samu, mas o Samu não veio, disse que era com o Itep. Já o Itep
disse que só iria se o Samu constatasse a morte. Ficou um empurrando para o
outro", lamentou Pretta Soul.
O Itep foi ao local
após a chegada da polícia, que constatou o óbito.
Artista potiguar
Nascido em Alexandria, no
interior do Rio Grande do Norte, Romildo surgiu como compositor na década de
1990, como integrante do grupo Tramppo, bastante influenciado pela obra de Luis
Gonzaga, Roberto Carlos e Itamar Assunção.
Ele fez parte da
geração de músicos como Pedro Mendes, Sueldo Soares, Babal, Cleudo Freire, e
compôs várias músicas em parcerias com Geraldo Carvalho, Yrhan Barreto, Lupe
Albano, Carlos Bem, dentre outros.
Romildo foi coautor
com Fábio Fernandez da canção “Me faz sonhar”, vencedora do Prêmio Sharp de
“revelação regional”, com interpretação de Anna Fernandez, em 1992. No ano
seguinte teve as músicas “Luamar, “Molejo”, “Nego atrevido” e “Vítima do amor”,
também em parceria com Fábio Fernandez, gravadas pela cantora Lucinha Lyra.
Em 2001 cantora Simone gravou a canção “www.sem”, composta por ele com o
maranhense Zé de Riba.
Em nota, a Fundação
José Augusto expressou pesar pela partida do artista, classificado como "
um dos grandes nomes da música do Rio Grande do Norte".
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