Circula nas redes sociais um print de uma publicação no Twitter segundo a qual o candidato a presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que "enfermeiros só servem para servir sopa, precisamos de mais médicos". É #FAKE.
A mensagem falsa completa mostra uma foto de Lula e a frase: "Lula sobre decisão de Barroso: Enfermeiros só servem pra servir sopa, precisamos de mais médicos."
A frase não existe em nenhum dos perfis oficiais de Lula. Também não foi encontrada em vídeos publicados em redes sociais. Nem em ferramentas que arquivam publicações excluídas, como 7c0 e Internet Archive.
Uma frase como a mencionada na mensagem falsa, se fosse proferida por um candidato à presidência como Lula, não passaria despercebida por jornalistas profissionais. Mas não há registro em sites profissionais de uma declaração com esse teor.
Lula nunca disse essa frase, de acordo com sua assessoria. "O ex-presidente nunca fez essa declaração, inventado e difundida de forma oportunística por político bolsonaristas", afirma.
Lula publicou em seu perfil verificado no Twitter um texto em que desmente a mensagem falsa: "Sempre defendi que a enfermagem tivesse um piso salarial", diz.
Ele lembra que o projeto aprovado é do senador Fabiano Contarato, com relatório do deputado federal Alexandre Padilha, ambos do PT.
"Bolsonaro vira as costas para profissionais que lutaram na pandemia. Seu filho votou contra o piso, assim como seu líder de governo", diz.
"Bolsonaro ainda vetou o reajuste e agora nega-se a destinar recursos para ajudar hospitais, estados e municípios a pagarem melhor os profissionais que salvam vidas. Para arrumar bilhões para seus aliados ele é rápido, mas despreza quem salva vidas no Brasil", complementa.
Viral
A mensagem falsa passou a ser compartilhada após o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspender no domingo (4) a lei aprovada pelo Congresso e sancionada pelo presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro e que cria o piso salarial da enfermagem.
A decisão vale até que sejam analisados dados detalhados dos estados, municípios, órgãos do governo federal, conselhos e entidades da área da saúde sobre o impacto financeiro para os atendimentos e os riscos de demissões diante da implementação do piso. O prazo para que essas informações sejam enviadas ao STF é de 60 dias.
Nos próximos dias, a decisão, que é individual, será levada para análise dos demais ministros do Supremo no plenário virtual.
Barroso é relator uma ação apresentada pela Confederação Nacional de Saúde, Hospitais e Estabelecimentos de Serviços (CNSaúde), que defende que o piso é insustentável.
Diante dos dados já apresentados na ação, o ministro avaliou que há risco concreto de piora na prestação do serviço de saúde, principalmente nos hospitais públicos, Santas Casas e hospitais ligados ao SUS.
O presidente Jair Bolsonaro sancionou, com um veto, a lei que fixa pisos salariais para enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares de enfermagem e parteiras. O ato foi publicado na sexta-feira (5) no "Diário Oficial da União" (DOU).
O texto do projeto, aprovado pela Câmara e pelo Senado, fixou em R$ 4.750 o piso nacional de enfermeiros dos setores público e privado, valor que serve de referência para o cálculo do mínimo salarial de técnicos de enfermagem (70%), auxiliares de enfermagem (50%) e parteiras (50%).
O projeto foi sancionado por Bolsonaro após deputados e senadores aprovarem uma emenda à Constituição que viabilizou a criação e o pagamento dos pisos para as quatro categorias.
A mudança na Constituição estabeleceu que uma lei federal definiria os pisos nacionais das categorias, o que foi fixado com a lei sancionada por Bolsonaro.
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