O Ministério Público Eleitoral apresentou um pedido de impugnação da candidatura do ex-policial militar Wendel Fagner Cortez de Almeida, de 45 anos, que está preso desde o dia 20 de julho, suspeito de participação em um triplo homicídio na Zona Norte de Natal.
De acordo com os investigadores ele também é suspeito de envolvimento
com grupo de extermínio.
O partido registrou a candidatura de Wendel Lagartixa, como é mais
conhecido, após a realização da convenção estadual realizada no
dia 31 de julho, 11 dias após a prisão dele.
Impugnação por inelegibilidade
Segundo o Ministério Público Eleitoral, Wendel foi condenado por posse
de arma ou munição de uso restrito sem autorização, que é considerado hediondo,
e terminou de cumprir a pena em 4 de junho de 2021.
Portanto, de acordo com a procuradoria responsável, Wendel
ainda não cumpriu o período de oito anos de inelegibilidade previstos em lei e que começam
a ser contados após o término do cumprimento da pena.
Campanha na internet
Mesmo detido por força de mandados de prisão temporária, o policial
reformado tem campanha eleitoral nas redes sociais, inclusive com arrecadação
de ajuda financeira de apoiadores. Nas artes publicitárias, o candidato vincula
sua imagem à do presidente Jair Bolsonaro, que é do mesmo partido e disputa a
reeleição.
Essa é a primeira vez que Wendel se candidata a um cargo político.
O g1 procurou o PL para pedir um
posicionamento sobre o pedido de impugnação, mas não recebeu retorno até a
última atualização desta matéria.
Investigação criminal
Wendel é investigado por um triplo homicídio que aconteceu no mês de
abril deste ano. Ainda de acordo com a Justiça, há suspeita de envolvimento
dele com um grupo de extermínio. Outro policial foi preso na operação policial que prendeu Wendel. Um
terceiro suspeito segue foragido da Justiça.
Ele foi preso no dia 20 de julho por força de um mandado de prisão temporária, com validade de 30 dias. No entanto, após pedido dos investigadores da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a Justiça prorrogou a prisão por mais 30 dias, em uma decisão publicada na última quarta-feira (17).
"No caso, a investigação tem como
objeto o cometimento do suposto triplo homicídio de Yago Lucena Ferreira,
Rommenigge Camilo dos Santos e Felipe Antoniere Araújo, no dia 29/04/2022 e
conexão com associação criminosa, em atividade típica de grupo de extermínio
(...) Em relação a prorrogação da prisão temporária, há fundados indícios de
autoria dos requerentes nos crimes previstos (...) Diante do que foi produzido
pela Autoridade Policial e apresentado no Relatório Policial (...) a prisão
temporária continua sendo adequada à gravidade concreta dos crimes ora
investigados", diz a decisão judicial.
Liminar negada
Um
pedido liminar de Habeas Corpus feito pela defesa de Wendel foi negado pelo
desembargador Saraiva Sobrinho, do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte,
no início de agosto.
"As circunstâncias delineadas apontam a existência de dados
concretos sinalizando o envolvimento do Inculpado em delitos gravosos
(homicídios em atividade de “grupo de extermínio”), além da imprescindibilidade
da medida", considerou o desembargador.
A defesa aguarda um novo julgamento do pedido de Habeas Corpus, dessa
vez por um colegiado do tribunal. O advogado de Wendel, João
Antonio Dias Cavalcanti, diz que seu cliente se declara inocente.
O ex-policial foi preso em outras ocasiões, como em 2013, suspeito de
envolvimento em homicídios. Ele chegou a ser alvo de investigação da Polícia
Federal. Em 2010, quando ainda atuava no 4º Batalhão da PM, ele também foi
detido por suspeita de assassinato. g1
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