Um casal foi preso este fim de semana suspeito
de matar uma criança de 10 anos, em Itaboraí, região metropolitana do Rio. A mãe, Suelen da Conceição Almeida, e o padrasto, Alan
Ferreira da Silva, teriam simulado uma cena de suicídio, como se o menino
tivesse tirado a própria vida, para tentar despistar os policiais.
"O meu neto tinha 10 anos,
era uma criança linda, abençoada. Aonde ele ia, ele fazia amizade. Então, eu
acho que ele não faria isso com ele mesmo. Não tirava vida, tirar sua própria
vida”, disse Renata Silva da Conceição, avó de Kauã, ao Fantástico, da TV Globo.
O caso aconteceu em 17 de março de 2022. Alan disse que disse
que encontrou o menino em casa com uma corda no pescoço, que seria a guia do
cachorro da família. A criança foi socorrida para uma UPA em São Gonçalo, mais
longe do que a unidade de saúde mais próxima da casa.
Diferente da versão do casal, o laudo da perícia e a
reprodução simulada mostram que o menino morreu por esganadura. A necrópsia
indicou lesões no pescoço, na nuca e na região cervical:
“As marcas encontradas no pescoço não condizem com o
enforcamento. Mas, sim, com uma esganadura praticada pelos dedos das mãos. Isso
é uma prova técnica irrefutável que não houve enforcamento, não houve
suicídio”, disse o delegado Fábio Asty, que investiga o caso.
Segundo as investigações, a versão do casal
também caiu em contradição em relação ao local que o menino foi encontrada. Os
dois disseram posições diferentes ao agentes. Segundo os laudos, ficou provado
também que o menino não cometeu suicídio por não alcançar a corda:
“Ele não teria como alcançar a corda lá em cima na janela e
também, de onde saiu essa esganadura no pescoço, esses sinais de esganadura?
Ninguém se esgana sozinho. Acredito que quando ele foi pendurado, ele já
estivesse morto”, explica o médico legista Júlio César Cury.
Testemunhas contam que Kauã sofria agressões dentro de casa e
relatava cansaço na escola por fazer tarefas domésticas:
“Há relatos de testemunhas de que certa vez o Kauã foi
violentado fisicamente pela mãe, levando uma surra com cabo de vassoura. Ele
também tinha uma violência psicológica, sofrer essas violências físicas
constantemente. E a gente não tem dúvida que a razão da sua morte foi nesse
destempero praticado pela Suelen e também pelo padrasto Alan”, diz o delegado
Fábio Asty.
Segundo a avó do menino, uma professora teria relatado que Kauã
era obrigado a fazer tarefas domésticas:
“Ela falou que ele fazia as coisas, tarefas dentro de casa:
lavava louça, passava roupinha dele, cuidava do irmão e a mãe dele só dormia.
Falou que ele era obrigado a fazer isso”, conta Renata Silva da Conceição.
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