O presidente da Caixa Econômica, Pedro Guimarães, fez um discurso em um evento do banco nesta quarta-feira (29), após se tornarem públicas denúncias de que ele cometeu assédio sexual contra funcionárias.
Em vídeo divulgado pela rádio "CBN" em uma rede social,
Guimarães, sem se referir diretamente às acusações, disse que tem a vida
"pautada pela ética".
"Eu quero agradecer a presença de todos vocês, a minha esposa. Acho que de uma maneira muito clara... São quase 20 anos juntos, dois filhos, uma vida inteira pautada pela ética", afirmou.
O Ministério Público Federal (MPF) investiga
denúncias de assédio sexual contra Guimarães. O caso está sob sigilo.
Ele é um dos nomes mais próximos do presidente Jair Bolsonaro, a
quem costuma acompanhar em viagens e em "lives" na internet. Ele está
na presidência da Caixa desde o início do governo.
À TV Globo, funcionárias da Caixa que preferem não se identificar, relataram o comportamento de Guimarães.
"Comigo foi em viagem, nessas abordagens que ele faz pedindo,
perguntando se confia, se é legal. Abraços mais fortes, me abraça direito e
nesses abraços o braço escapava e tocava no seio, nas partes íntimas atrás, era
dessa forma", disse uma delas.
A TV Globo tentou contato com Pedro
Guimarães, mas ainda não obteve resposta.
Ao site "Metrópoles", a Caixa disse que “não tem
conhecimento das denúncias apresentadas, que adota medidas de eliminação de
condutas relacionadas a qualquer tipo de assédio e que possui canal de
denúncias por meio do qual são apuradas quaisquer supostas irregularidades
atribuídas à conduta de qualquer empregado, independente da função hierárquica,
que garante o anonimato, o sigilo e o correto processamento das denúncias”.
Denúncias começaram em 2019
Segundo relato de três ex-integrantes
de conselhos da Caixa ao Blog da Ana Flor, o comando do banco sabia
dos casos de assédio envolvendo Pedro Guimarães e acobertou as denúncias,
inclusive com promoções.
Os primeiros casos chegaram aos canais de denúncia do banco ainda em
2019, quando Pedro Guimarães assumiu a presidência.
Segundo os relatos ouvidos pelo blog nesta
quarta-feira (29), mulheres vítimas do assédio de Guimarães que aceitavam não
levar adiante as denúncias foram transferidas, receberam cargos em outras
instituições públicas ou ficavam temporadas no exterior, em cursos.
Já quem ajudava Guimarães a acobertar os casos chegou a receber
promoção. g1
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