A Sexta Turma do Superior Tribunal de
Justiça (STJ) decidiu manter nesta terça-feira (5) uma ação penal contra o
ex-ministro do Desenvolvimento Regional Rogério Marinho (PL-RN) por peculato
(apropriação de bem público).
O caso envolve a
suposta contratação de funcionários fantasmas na Câmara Municipal de Natal,
entre 2005 e 2007 – período em que ocupou a presidência da Casa Legislativa.
A investigação começou
a partir de uma lista apreendida durante uma operação policial. O documento
trazia cerca de 900 pessoas que teriam cargos na Câmara. Cada nome tinha ao
lado o nome do suposto padrinho.
Os ministros julgaram
um recurso da defesa de Marinho que pedia o encerramento da ação penal. Os
advogados argumentaram que a denúncia oferecida pelo Ministério Público não
tinha fundamento e que Marinho foi acusado sem a individualização de sua
conduta, sendo denunciado apenas por ser o presidente da Câmara de Vereadores.
Por
unanimidade, a Sexta Turma rejeitou o recurso. Os
ministros seguiram o voto da relatora, Laurita Vaz. A ministra defendeu que a
denúncia do Ministério Público tem os elementos necessários para que a acusação
seja analisada.
Laurita Vaz leu
diversos trechos da acusação indicando que Marinho teria participação no
suposto esquema.
Segundo a ministra,
“os fatos expostos demonstram que o denunciado Rogério Marinho causou prejuízo
ao erário mediante inserção e manutenção de servidores fantasmas na folha de
pagamento”.
“Como se vê a denúncia
apresenta os elementos para tipificação do crime e demonstra o envolvimento do
recorrente com os fatos delituosos. A peça acusatória relata que na qualidade
de presidente teria realizado ajuste para inclusão na folha de pagamento para
inserção de pessoas que não tinham vínculo”, afirmou.
A ministra ressaltou
que não estava reconhecendo a culpa do ex-ministro e que seria “prematuro”
encerrar as investigações. “Não se estar a afirmar a responsabilidade penal do
recorrente. Nem é o momento. É inegável que o conjunto probatório é
suficiente”.
O ministro Olindo
Menezes disse que a acusação era frágil, mas concordou com a continuidade da
apuração. “A denúncia não chega a ser inepta, mas tem grande fraqueza. Essa
questão no âmbito político de parlamentares indicarem... pode não ser
republicano. Isso não quer dizer que esses servidores recebam sem trabalhar.
Existe aquela figura do assessor que trabalha nas bases. A denúncia é bastante
fraca. Isso vai ser auferido na instrução”.
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