Ao participar de um encontro com mulheres de
movimentos sociais nesta quinta-feira 10, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva apontou que, com o chamado “orçamento secreto” o presidente da Câmara,
Arthur Lira (PP), passou a ter mais poder sobre a política de investimentos do
país que o presidente Jair Bolsonaro (PL).
Lula criticou a “fragilidade” de Bolsonaro perante
o Congresso e disse que isso se deve ao fato de o presidente só ser “preparado
para falar bobagem e mentir”.
“As instituições estão feridas. Muitas vezes, eu
fico pensando onde nós chegamos. O Congresso Nacional chegou a construir um
orçamento secreto em que o presidente da Câmara (Lira) tem mais poder na
política de investimento nesse país do que o presidente da República”, afirmou.
Lula, pré-candidato do PT, usou um chavão que
costumava falar em sua gestão, de que “nunca na história desse país” houve um
presidente da República “tão fragilizado diante do Congresso Nacional, tão
incompetente”.
“Me parece que ele (Bolsonaro) foi preparado a vida
inteira para falar bobagem, para mentir, para ofender, para agredir, para
provocar. É um presidente que nunca fez um gesto lendo um caderno mas só um
jesto de vender arma é de dar tiro, é de metralhadora, é de fuzil. O Brasil não
precisa disso”, disse o petista.
No chamado “orçamento secreto”, os nomes de
parlamentares que apresentaram emendas para a destinação de recursos da União
não são divulgados. Isso abre margem para que o governo federal possa negociar
votos para projetos de seu interesse, prática considerada ilegal pelo Supremo
Tribunal Federal (STF), que determinou ampla publicidade às indicações.
Apesar disso, nesta semana, a Comissão Mista de
Orçamento (CMO) do Congresso definiu que não será obrigatório divulgar todos os
nomes dos parlamentares beneficiados com emendas de relator, na feitura do
Orçamento do próximo ano. O sistema adotado neste indica a continuidade da
prática, visto que a divulgação do nome dos parlamentares que apadrinham os
recursos se tornou optativa.
No encontro desta quinta, Lula repetiu a disposição
em desfazer as reformas trabalhistas e da Previdência, aprovadas pelo Congresso
durante o governo de Michel Temer e de Bolsonaro. Tamvém afirmou que, mesmo que
o Congresso aprove a liberação da exploração mineral em terras indígenas, ele
não permitirá que isso ocorra em um eventual governo.
O início da discussão da proposta (PL-191) está
marcada para a noite desta quinta-feira 10 na Câmara. Na quarta, em sessão sob
o comando de Lira, os deputados aprovaram a urgência do projeto de interesse do
governo federal.
“Agora, chegou a hora. Nós vamos ter uma eleição. Uma eleição não é tudo, mas ela pode muito. Em uma eleição a gente pode construir projeto, a gente pode construir alianças, a gente pode construir movimento e a gente pode dizer o que a gente quer fazer. Por exemplo, ontem, eles aprovaram a ideia de votar o garimpo nas terras indígenas. Nós temos que dizer em alto e bom som que, se a gente voltar a governador esse país não vai ter garimpo na terra indígena”, disse Lula.
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